blogue da disciplina de Psicologia Social da FLUP

sábado, 22 de dezembro de 2007

Identidade de Género - Transexualidade


Transamérica é a história de um transexual masculino chamado Bree que, uma semana antes de fazer a cirurgia definitiva para mudar de sexo, descobre ter um filho de 17 que precisa de ajuda. A sua psicóloga proíbe que ela se submeta à cirurgia sem resolver esse asssunto, por isso Bree viaja até Nova Iorque para encontrar o filho. Num autêntico road movie, Bree e o filho iniciam a viagem de volta para São Francisco e, no caminho, muita coisa acontece.
O filme Transamérica remete para um tema abordado nas aulas de Psicologia Social: a Identidade de Género.
A transexualidade é um dos distúrbios da identidade de género e que gera bastante polémica, discriminação e criação de estereótipos relativamente aos transgéneros.
A transexualidade existe quando um indivíduo não se identifica com o seu sexo biológico; não é uma orientação sexual, mas sim uma questão de identidade de género. O indivíduo não sente pertencer ao sexo que lhe foi atribuído.
Este filme retrata a vida de um transexual e das dificuldades sentidas por ele, dos processos pelos quais os transgéneros passam para afirmar a sua verdadeira identidade e os preconceitos da sociedade relativamente a eles.
Esta é uma questão que suscita vários problemas, nomeadamente a desintegração destes indivíduos na sociedade, o que os leva a manifestarem em apelo dos seus direitos como indivíduos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Violência entre os jovens

Jovens violentos

A violência dos jovens compreende-se a partir da biografia do sujeito em discussão. A violência, na maior parte das vezes resulta de uma educação violenta; essas crianças são negligenciadas, abusadas ou maltratadas e sofrem punições disciplinares humilhantes e/ou violentas. Esta situação vai causar na vida desses jovens uma constante raiva, frustração e leva-os mesmo a cometer actos de delinquência.

Bullying

Entende-se por bullying todos os actos de violência física e psicológica, frequentemente praticados por um grupo de indivíduos, têm como principal objectivo intimidar ou agredir outro indivíduo.
Existem dois tipos de bullying, o directo e o indirecto; sendo o directo o mais comum e normalmente mais praticado pelo sexo masculino direccionado para a violência física, quanto ao indirecto é frequentemente praticado pelo sexo feminino e exerce-se mais a nível psicológico.
Estes actos discriminatórios podem provocar nas vítimas uma atitude de revolta, e consequentemente tornam-se eles próprios agressor. Cometem mesmo actos impensados e de graves consequências, nomeadamente, massacres nas escolas com o objectivo de se vingarem e de “descarregarem” a sua raiva. Podemos tomar como exemplo o massacre no Instituto Columbine nos Estados Unidos da América, em que dois jovens com idades entre os 17 e os 18 anos assassinaram treze pessoas, no dia 20 de Abril de 1999.

http://www.youtube.com/watch?v=0StFEhsfRP0

Andreia Costa, Clãudia Pinho, Gabriela Teixeira e Joana Amorim

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Construção da identidade na adolescência

A adolescência é uma fase importante no processo de reafirmação da identidade pessoal, da identidade psicossocial e da identidade sexual. Erikson diz-nos que o sentimento de identidade é o sentimento interior de ser o mesmo ao longo da vida, trespassando mutações pessoais e eventualidades distintas. Os adolescentes vão, através de uma crise potenciadora de energias, confrontar-se com esta problemática identitária. É também com uma certa desorientação entre progressos, dúvidas e retrocessos que se fazem importantes experimentações de confirmação do ego, na construção de identidade. Para além de uma certa confusão pela qual quase todos passam, existem por vezes situações (que também podem ser passageiras), como confusões criticas de identidade, adolescências demoradas e continuadas, interdições e perturbação de valores.
Cada um de nós constrói o seu “eu” através das interacções relacionais, reais e idealizadas. A identidade constrói-se nas experiências vividas através de um perspicaz jogo de identificações. Se na infância os nossos modelos identificatórios são os pais, na adolescência vão ser os jovens da mesma idade e os grupos de pares. As relações com os pais têm que mudar para que os adolescentes possam ascender a ideias e afectos próprios. A amizade é muito remetida ao nível dos afectos. O melhor amigo do mesmo sexo é normalmente alguém com quem se partilham grandes excitações, como um espelho estruturante onde o adolescente se reconhece reflectido, onde se vê crescer. O grupo de pares pode ter como função apresentar modelos de identificação positiva para o adolescente. Erikson refere a certeza que o grupo pode trazer às incertezas do adolescente. No entanto, pode apresentar alguns riscos negativos, sobretudo quando a relação com o grupo é de grande dependência.
Numa época da vida em que se buscam outros universos para além dos familiares e em que as figuras parentais são tanto mais importantes quanto têm que ser reelaboradas as relações pais-filhos e com as quais há muitas vezes conflitos, existe a necessidade de outros adultos significativos. A construção da identidade passa por um processo de identificação e por um processo de diferenciação. Neste universo interactivo, numa cultura jovem, constroem-se certos estereótipos grupais e sociais. Os heróis têm, no procedimento de identificação de alguns adolescentes, um papel proeminente, oferecendo imagens válidas, cultivadas colectivamente. No final da adolescência o jovem obtém uma identidade cumprida, isto é, ele será capaz de sentir uma sequência interior e um seguimento do que ele significa para as outras pessoas.
Cada sociedade e cada cultura institucionalizam uma certa prorrogação para a maioria dos seus jovens. As instituições sociais amparam o vigor e a distinção da identidade funcional nascente, oferecendo aos que ainda estão aprender e experimentar um certo status da aprendizagem prolongada, caracterizada por obrigações definitivas e disputas promulgadas, assim como por uma tolerância especial.




Ana Leite;Catarina Ramos;Diana Alves;Inês Diaz

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

identidade feminina

No contexto dos temas dos trabalhos indicados, consideramos interessante mostrar como esta se forma....
O conceito de identidade é muito complexo e alvo de várias discussões ao longo dos anos, pois tem-se verificado alterações extremas das categorias com que a mulher se identifica.
As mudanças ocorridas na sociedade como por exemplo, os movimentos feministas, as revoluções políticas e económicas contribuíram para que o papel que a mulher desempenha na sociedade fosse completamente modificado. Antigamente via-se a mulher como a dona-de-casa,que cuida dos filhos, submissa ao marido mantendo-lhe respeito e lutando pela felicidade da família esquecendo por vezes a sua própria felicidade.
Hoje em dia, a mulher é o oposto, vive para ser independente, procurando conjugar uma carreira profissional cada vez mais qualificada com a vida familiar. contudo, a mulher "moderna" não sente esta tarefa como uma obrigação e algo que está predestinada a fazer, desta forma, exige ser socialmente reconhecida e valorizada pelo esforço que faz. É uma mulher mais ousada e auto-confiante procurando a sua própria felicidade.
Todavia ainda hoje se verifica que a mulher ainda procura a sua afirmação sobretudo pela diferenciação ao homem que muitas vezes ainda a discrimina.
Apesar disso, para a emancipação da mulher muito contribuo a globalização e abertura a novas culturas e todos os seus movimentos de afiafirmação.
Afinal de contas a mulher é tanto ou mais que o homem!!!!!!!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

os transgêneros

Transgênero é um termo abrangente que inclui qualquer pessoa que expressa as suas caracteristicas de gênero (identidade e papel) de uma forma que não corresponde às caracteristicas comunmente associadas ao sexo biológico desta pessoa. Transgênero não é uma orientação sexual.
Transexual é um termo médico que descreve pessoas cuja identidade de gênero e sexo biológico não combinam e que, frequentemente, procuram tratamento médico com o objectivo de alinhar o seu sexo biológico e a sua identidade de gênero.

Os ídolos

Durante a importante fase de afirmação de uma identidade própria, é comum o adolescente ter os chamados “ídolos”. Nesta fase o adolescente apresenta uma certa instabilidade e vulnerabilidade, estando em mutação física e psicológica, o que explica as funções sociais e psíquicas dos ídolos sobre os jovens, na medida em que, eles “se mostram morbidamente, por vezes curiosamente, quase sempre, preocupados com o que possam parecer aos olhos dos outros, em comparação com o que eles próprios julgam ser, e com a questão de como associar os papéis e aptidões cultivados anteriormente aos protótipos ideais do dia” (Erikson, 1976, p. 129). Podemos assim, dizer que o impacto da puberdade no adolescente será influenciado pela transmissão ténue destes padrões através da família, colegas e da sociedade. Partindo deste pressuposto, o adolescente não é criança, mas também não é adulto, e desse contraste resulta uma tomada de consciência de si mesmo e dos outros, o que resulta na já anteriormente referida tentativa de recusa de uma identidade anterior e infantil, rejeitando assim os modelos da infância – pais – e partindo à procura de novos modelos. O adolescente passa a personificar nos seus ídolos as figuras dos adultos ideais, papel que os pais nesta altura não conseguem desempenhar. São as características comportamentais, físicas e ideológicas destes adultos ideais, que o adolescente vai tentar integrar nesta sua nova identidade.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Novas formas de trabalho - Teletrabalho - Identidades Profissionais

Uma das novas formas de trabalho de que mais se fala hoje em dia, nomeadamente nos países mais desenvolvidos, é o teletrabalho.
Na realidade portuguesa, teletrabalho confunde-se com trabalho no domicílio. No Código do Trabalho considera-se Teletrabalho a “prestação laboral realizada com subordinação jurídica, habitualmente fora da empresa do empregador, e através do recurso a tecnologias de informação e de comunicação” (artº 233º Código do Trabalho).
Esta nova forma de trabalho, implicará novas relações entre trabalhadores e entre trabalhador e empregador. Se por um lado conseguimos pensar em algumas vantagens que daí poderão advir, por outro serão muitos os constrangimentos, alguns deles pouco visíveis, com os quais seremos confrontados.
A propósito do tema escolhido para desenvolvermos o nosso trabalho prático de psicologia social – identidades profissionais – cruzamo-nos com alguns estudos sobre o desemprego e as suas consequências para o indivíduo. Identificámos funções manifestas e funções latentes do trabalho. Na nossa questão referimo-nos particularmente às funções latentes, nomeadamente as enunciadas por Jahoda (1982), cujo trabalho acerca do impacto do desemprego no indivíduo, é um contributo importante para a compreensão do significado do trabalho nas sociedades modernas, que seguidamente expomos:
- Proporciona contacto regular com outras pessoas para além do círculo restrito da família;
- Ligação a um conjunto de objectivos e propósitos colectivos mais amplos que os da esfera pessoal do individuo;
- Acesso a estatuto social e identidade;
- Estimulo para actividade assertiva, organizada e orientada;
- Estruturação/organização do tempo diário, semanal e anual
Para esta autora, através do emprego as pessoas são capazes de se identificar num mais amplo esquema das coisas, adquirir um sentido mais objectivo das suas ambições, ter a possibilidade de experimentar atitudes de direcção e de organização de actividades e viver uma vida mais segura e mais estruturada.
Foi exactamente ao lermos este estudo que nos questionamos, admitindo que estas funções se mantêm ainda perfeitamente actuais, se o teletrabalho será capaz de as satisfazer, tendo em conta que o perigo de isolamento social, o desaparecimento do trabalho em equipa e a debilidade da solidariedade entre trabalhadores e sua associação sindical, estão identificados como factores problemáticos deste novo tipo de relação laboral.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Identidade antes e depois da morte

Aquando a decisão acerca da temática pela qual iamos trabalhar, de imediato uma ideia surgiu no nosso pensamento. Aperceber a diferença de tratamento entre as identidades e estatutos sociais em vida e posteriormente ao findar da mesma.
Com efeito, é por demais sabido por parte da Sociedade, que antes de alguem morrer essa pessoa é tratada como alguem perfeitamente comum. De facto, será por ventura nessa fase que somos vistos realmente por aquilo que somos e pelas nossas acções, sendo responsabilizados e valorizados pelas ditas acções. Também aí, conhecemos o surgimento de detractores e inimigos da nossa pessoa/trabalho, o que nos indicia a dimensão humana que temos. No entanto, aquando o terminus da vida terrena de alguem, dá-se um fenomeno de endeusamento pessoal e até de um perdão, esquecendo todo o passado, positivo ou não, e limitando-o a um mero «Vai deixar saudades». Tal é um reflexo da misteriosidade e mesmo receio com que o senso comum lida com a morte, e aquilo que advém da mesma. Mesmo não tendo a certeza com o que acontece depois da morte, todos idealizamos ser algo pior do que estar vivo.
Para ilustrar esta nossa opinião, é possivel expôr 3 exemplos disso mesmo. Tais histórias de vida, são por demais conhecidas pela generalidade da Sociedade.
Começamos pelo ex-Campeão do Mundo de Fórmula 1, o Brasileiro Ayrton Senna. De facto, sendo um piloto conhecido pelas suas boas prestações que o levaram à conquista de 3 Títulos Mundiais, Senna torna-se conhecido por todos devido ao facto de, tragicamente, ter falecido em prova, num acidente fortissimo a 300km/h, na pista de Imola, em S. Marino. A partir desse momento, deu-se a sua glorificação, sendo por vezes esquecidos os seus defeitos e enaltecidas algumas caracteristicas que o próprio não possuía.
Outro exemplo, já este ligado ao âmbito da política, é o de António Sousa Franco. Este ex-Ministro das Finanças de António Guterres, e Professor Universitário, morreu durante a campanha eleitoral, quando encabeçava a lista do seu Partido (Partido Socialista, aínda que fosse independente) às eleições Europeias. A partir daí, o outrora «Pai do défice», tornava-se um exímio político de boa memória para o País.
Por fim, mais um exemplo desportivo, embora em menor escala, que foi a trágica morte de Miklos Fehér, futebolista do Sport Lisboa e Benfica, em pleno terreno de jogo. Embora não fosse um jogador muito amado pela massa associativa, também pouco utilizado pelo seu técnico, após o seu triste desfecho passou a ser um mito idolotrado por todos os Benfiquistas. Sabendo que existiam rumores que o jogador iria mudar-se para o Boavista FC na reabertura do mercado, a sua morte veio mais uma vez provar que apesar de ser um jogador de segunda linha, é agora um ídolo póstumo nas hostes encarnadas e até multiclubisticas.
Todos os exemplos revistos, demonstram então, que uma trágica morte provoca uma reacção sentida, e a população adora aclamar aqueles que perecem perante os factores mais inesperados, passando muitas das vezes, alguem de besta a bestial, num acto tão rápido e momentâneo como o ultimo sopro da sua vida.
Este comportamento humano é conhecido desde que é reconhecida inteligencia à Humanidade. Será que estes sentimentos se manterão nas gerações vindouras, e mesmo quando se descobrir o que há para além da morte?

Aníbal Silva
Jaime Moreira
Jorge Coelho

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

soBre a mÚsiCa


Desde os anos 60 que a música provoca um grande efeito na construção da identidade na adolescência. É um grande instrumento de manipulação com variadíssimas consequências.

Como tal é sociologicamente obrigada a redefinir-se e a reinventar-se constantemente, implicando uma reorganização sócio-estrutural.

De igual modo, a música enquanto mercadoria, modifica também a estrutura económico-social.

No desenvolvimento psicossocial do sujeito, pode determinar condutas e valores, ou simplesmente produzir opiniões gerando grupos de pretença, crenças e identidades.

joão miguel pereira
lsoci07060@letras.up.pt

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Atitudes

Pediu-me o professor
Para na liça entrar
Fazê-lo com pundonor
E de Psico falar

Eis-me então a responder
Lembrando nossos poetas
Com perícia o vou fazer
E das atitudes certas

Diz Sofia, das pessoas
Serem incapazes de matar
As galinhas porque sofrem – as galinhas!
Mas papam-nas bem papadinhas.

Na análise consumada
Gedeão concluiu
O sentimento na lágrima
Nem a cor o distinguiu

Pergunta Alegre na trova
E o vento nada lhe diz
Que poderia dizer ele
Com tanta gente juiz?

Nos Direitos exigentes
Nas obrigações nem por isso
As filas não respeitamos
O silêncio é nosso enguiço!

Somos assim tão pequenos
Na postura grandiosos
Convencidos da certeza
Nos valores muito manhosos

Só ouço reivindicar
E naquilo que devemos
Nada ousamos fazer
E assim continuaremos.

Com as mãos se faz a obra
A mente lavra a ideia
Vamos erguer nossa trova
Desamarrando esta ideia.

A. Franco
28/11/07

domingo, 25 de novembro de 2007

Relações entre pais e filhos na construção da identidade

O desejo de desfrutar de um “território” próprio e com qual haja uma auto-identificação é bastante comum durante a adolescência, e importante para o processo de construção da identidade. Para Robert Selman existem cinco níveis fundamentais que marcam o relacionamento entre os adolescentes e a respectiva autoridade parental. Tendo em conta capacidade de pensar em perspectiva, resultado das alterações cognitivas anteriores, é no âmbito do nível 4, que acontece entre os adolescentes uma desidealização dos pais, enquanto autoridade máxima sobre qualquer assunto. Há então uma consciencialização do adolescente nas suas próprias competências. O jovem passa a ter opiniões e posicionamentos próprios sobre determinados assuntos, e a procurar conquistar autonomia de decisão perante certas situações. A consequente busca de afirmação da emancipação a este nível, pode conduzir a um sentimento de rebeldia face aos pais. Esta rebeldia surge no relacionamento entre pais e filhos sob diversas formas, entre as quais, na do exemplo com o qual dei início a este post. Ter o quarto decorado e arrumado (ou então, desarrumado, segundo as perspectivas convencionais de grande parte dos pais), à sua própria maneira, é considerado entre os jovens uma questão de gosto pessoal e imposição da sua personalidade num espaço que consideram seu. A atribuição de mesada é outro exemplo que considero interessante, na medida em que, a boa ou má gestão do dinheiro que lhe é atribuído, pode conceder ao jovem a sensação de independência em relação às suas próprias coisas, tão importante nesta fase, onde o adolescente recusa a ideia de ser tratado como uma criança inteiramente dependente dos pais.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Durante uma das minhas pesquisas, descobri um estudo impressionante sobre a taxa de criminalidade nas favelas do Brasil, em que o objectivo era determinar os índices de criminalidade em função da "raça"("brancos", "mestiços" e "negros"citando o estudo).Devo dizer que fiquei, de certa forma incrédula face aos critérios do estudo, se não mesmo "chocada" pela ausência de outros factores, nomeadamente sociais que podem condicionar a taxa de criminalidade.No meu ponto de vista, os resultados do estudo eram perfeitamente previsíveis e portanto irrelevantes no aspecto analítico conclusivo.Se pensarmos num possível estudo em que se determinaria os índices de oferta de emprego em função da"raça", os resultados provávelmente nos dariam a justificação dos resultados do primeiro.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Mariko de olhar (no) branco


Trago esta imagem da artista japonesa Mariko Mori, não somente porque aprecio imenso o seu trabalho mas porque de certa forma responde bem ao processo das questões ligadas à formação da identidade pessoal em confluência com aquilo a que Berger e Luckman pela tradição fenomenológica apelidaram de "mundo vida" - a sociedade composta pelos seus membros e institucionalizada sob os mais diversos códigos semânticos enformados e transmitidos pelo conhecimento - senso comum - partilhado. É este que confere sentido à vida social permitindo que esta decorra com relativa coesão. Antes de ser artista a Mariko, de origem japonesa, foi modelo durante vários anos, o que a levou desde cedo a viajar pelos quatro cantos do mundo, alterando o seu olhar no mesmo sentido em que era objecto dos olhares dos outros pelo protagonismo que a sua presença nas páginas dos editoriais de moda lhe impunha. Conseguirão pressentir decerto que essa trajectória social influenciou enormemente o trabalho que ela realiza na actualidade enquanto artista e que neste sentido qualquer dicotomia entre identidade pessoal e social se torna apenas compreensível pelo seu possível enquadramento pedagógico porque, e até como já foi referido nas aulas, ambas as dimensões são aspectos indissociáveis do Self. Este auto-retrato de nome tem uma particularidade, a cor dos olhos e do cabelo é semelhante à cor do globo que ela segura entre mãos relembrando que o self / sujeito, exterioriza a interioridade projectada pelas objectivações (o globo, neste caso, enquanto objecto realmente visível e com significado ), sendo por conseguinte o self , também ele real e objectivável pelo globo/mundo a partir do momento em que se exterioriza nele, no nascimento. Produto/produtor, sujeito/objecto, eu/outro, é da soma destes binómios que resulta a identidade enquanto processo contínuo e em permanente mudança (as situações de tensão ocorridas pelo possível confronto não se esgotam então na adolescência). De forma muito simplificada, Mariko demonstra que num mundo branco, (e aqui podemos nos permitir atribuir a conotação que bem entendermos à cor, eu aqui mantenho a do professor) insípido, o olhar também reflectirá o mesmo carácter uniformizado/uniformizante. O multiculturalismo para além dos seus aspectos imediatamente mais teorizáveis prende-se apenas com a aceitação da pluralidade em oposição às visões do mundo estritamente rigidificantes tão presentes nos vários conteúdos de consumo diário. Acho que posso garantir com algumas certezas que os autores da Escola Crítica de Frankfurt responderiam a isto com uma solução: a Razão, com o R maiuscúlo Hegeliano e nisto também penso que consensualmente todos os meus colegas do 2º ano concordam comigo... é senso comum. :)

domingo, 18 de novembro de 2007

Problemáticas de identidade na adolescência

A adolescência é um período de rápidas alterações físicas, emocionais, sócio-culturais e cognitivas.
Tendo como tarefa por excelência a construção da sua identidade o adolescente preocupa-se com a definição de si próprio e com o seu papel no mundo, explorando novos caminhos e estabelecendo novas relações com os seus pais, outros adultos e os seus pares.
De acordo com a teoria psicossocial de Erikson, a tarefa mais importante da adolescência é a construção da sua Identidade é considerada um espécie de passo crucial na transformação do adolescente em adulto produtivo e maduro.
Construir uma identidade, para Erikson (1972), implica na definição de quem é pessoa, quais os seus valores e quais as direcções que deseja tomar ao longo da vida.
A formação da identidade recebe a influência de fautores, intra pessoais (as capacidades inatas do indivíduo e características adquiridas da personalidade), de factores interpessoais (identificações com outras pessoas) e de factores culturais (valores sociais a que uma pessoa está exposta, tanto globais quanto comunitários).
No caminho da autonomia, liberdade e responsabilidade o percurso do adolescente caracteriza-se por constantes avanços, recuos bem como pela vivência de sentimentos contraditórios: do desafio e motivação à insegurança ou desânimo, do conformismo à rebeldia, do sentido do dever ao desejo do prazer.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Estudo: "Identidade judaica: formação, manutenção e possível modificação à luz da Psicologia Social"

Introdução

Os hebreus, israelitas e judeus podem ser apresentados como aqueles que comp~em o povo de Israel, povo escolhido dentre outros povos, para receber a Lei divina.

Quanto à caracterização deste povo enquanto eleito por Deus, tal expressão deve ser compreendida como referente ao facto de que Deus escolheu os judeus para que recebessem a Sua Lei, cumprissem os mandamentos contidos na mesma e a estudassem, a fim de poderem segui-la de forma consciente. Não deve ser interpretada como significando superioridade de um povo em detrimento de quaisquer outros, devendo a eleição ser entendida como marcada pela condição de obediência, dever e serviço a Deus.

Assim, a comunidade judaica é constituída por subgrupos distintos, os quais se diferenciam de acordo com a origem histórica e geográfica que apresentam. Desse modo, estão reunidos em três grupos: ashkenazim, sefaradim e “outros”.

Os ashkenazim compreendem os judeus europeus cujas origens geográficas e/ou históricas não compreendem a espanhola ou portuguesa; sendo aqueles que falam o ídiche.

Os sefaradim são os judeus europeus de origem espanhola e portuguesa, que adoptaram o rito espanhol nas suas preces e práticas religiosas, e comunicam em domínios privados na língua espanhola ou ladino.

A categoria dos “outros” comporta as pessoas que não pertencem nem á comunidade ashkenazita nem à sefardita, sendo aqueles que vivem nos continentes africano e asiáticos.

Assim, no presente estudo “Identidade Judaica: formação, manutenção e possível modificação à luz da Psicologia Social” de Solange Epelboim, participaram 80 israelitas, onde se optou por conceder destaque aos factores referentes à origem ashkenazita ou sefaradi, ao género e ao nível de escolaridade.

Composição do universo de pesquisa

Assim, quanto à idade, compreendeu pessoas entre os 15 e 81 anos.

Quanto ao estado civil, 20 participantes eram solteiros, 49 eram casados com pessoa israelita, dois com pessoa não-israelita, seis eram separados de pessoa israelita e um era separado de pessoa não-israelita.

Quanto à filiação, todos eram filhos de pais judeus; 56 informaram ter filhos.

Quanto à crença e prática religiosa, 59 pessoas apresentaram-se como não-ortodoxas, duas como tradicionais, uma como religiosa mas não extremista, uma como religiosa liberal e uma como de uma categoria entre foram ortodoxa e não-ortodoxa.

Instrumento da pesquisa

Foi utilizado um questionário, constituído de três partes, onde a primeira compunha-se por instruções destinadas aos participantes da pesquisa. A segunda parte consistiu em dados pessoais referentes a: idade, género, nível de escolaridade, profissão, estado civil, paternidade ou maternidade, filiação, origem ashkenazi ou sefaradi e a concepção ortodoxa ou não-ortodoxa do Judaísmo. A terceira parte consistiu num questionário de nove perguntas abertas.

Resultados

Quanto à participação no processo de formação da identidade judaica (factores educacionais, culturais e religiosos): 87,5% dos ashkenazim e 85% dos sefaradi declararam fazê-lo por meio de acções educacionais, religiosas e sócio-comunitárias.

Quanto à manutenção da identidade: enquanto os ashkenazim indicaram maior importância aos aspectos culturais e sociais, os sefaradim apontaram a participação de factores emocionais e vincularam, ao aspecto social, o compromisso comunitário.

Quanto a mudanças na expressão do Judaísmo: 92,5% dos ashkenazim e 85% dos sefaradim responderam perceber modificações principalmente no âmbito religioso; apontando como factores o desenvolvimento mundial (progresso, novas condições de vida em sociedade, exigências do mundo moderno, etc.)

Quanto ao estabelecimento de relações significativas de amizade e de amor entre judeus e não-judeus: cerca de 60% dos ashkenazim e 47,5% dos sefaradim apoiaram tais relacionamentos, enquanto que 35% dos ashkenazim e 30% dos sefaradim eram a favor de relações de amizade e contrários às de amor.

Quanto a ser contrário ao estabelecimento de relações de amizade e amor: nenhum ashkenazim revelou tal condição e 10% dos sefaradim declararam-se nesta posição.

Quantos aos acordos de paz desenvolvidos entre Israel e os países vizinhos: 80% dos ashkenazim e 75% dos sefaradim mostraram-se favoráveis; mas 10% dos sefaradim não se mostraram de forma explícita se eram favoráveis ou não a tais acordos, de modo que as respostas não foram consideradas.

Discussão dos resultados

A configuração da identidade judaica compreende aspectos religiosos, culturais, educacionais, sociocomunitários, relativos à descendência e à conversão religiosa, de identificação com Israel, emocionais, raicionais, de atitude, entre outros. A apresentação de respostas comuns, pelos ashkenazim e sefaradim, parece apontar para a condição de igualdade entre estas pessoas, isto é, o facto de pertencerem a uma categoria primeira e maior – ser israelita.

A articulação mencionada vem ao encontro de que a Torá compreende, através de recursos descritivos, normativos e avaliativos, toda a legislação civil e religiosa que deve perpassar a existência dos israelitas.

Os aspectos educacionais envolvem modos formais de obtenção e transmissão de conhecimentos judaicos, como escolas, sinagogas e bibliotecas, e modos informais. A sinagoga exerce função educacional, na medida em que a religião judaica defende a obediência aos mandamentos divinos, porém uma obediência consciente e esclarecida, a qual seja marcada pelo estudo da palavra de Deus.

Os aspectos sociais estão vinculados às dimensões acima citadas, pois o contacto com outros indivíduos ou pequenos grupos israelitas ocorre em âmbito religioso, cultural e educacional. Nos aspectos comunitários, percebe-se o compromisso em prestar-se assistência à comunidade judaica, compromisso este assumido por diversas instituições, formais ou não.

Quanto aos factores étnicos, também estão associados e revelam a condição do indivíduo perceber que pertence a um grupo que se diferencia dos demais pela história, crenças religiosas, valores, tradições, etc.

Assim, os factores de identificações com Israel também participam neste delineamento, pois são factores que expressam compromissos emocionais, racionais e de atitude para com Israel podendo ocorrer no âmbito religioso, cultural, político, entre outros. A existência de israelitas em diversos locais do mundo, e os inúmeros episódios de perseguição sofridos, contribuem para a presença de aspectos relativos à identificação com Israel, presença revelada nos processos de formação e manutenção da identidade judaica.

Por fim, os factores relativos à descendência e à conversão foram articulados aos aspectos religiosos e étnicos, pois representam as duas formas possíveis do indivíduo ser considerado judeu.

Quanto ao processo de modificação da identidade judaica, acredita-se que as respostas fornecidas, relativas às transformações na expressão religiosa apontem para diferentes formas de exercício desta dimensão, mas não para o abandono da mesma.

Deste modo, acredita-se que a identidade judaica, mesmo compreendendo contínuos processos de formação, manutenção e possível modificação, apresente contornos comuns e bem delineados; o que não significa a rigidez desta configuração parecendo assinalar que as mudanças ocorridas não consistem em drásticas rupturas, mas, sim, em discretas modificações quanto ao grau de expressão dos referidos aspectos.

Em tom de conclusão, parece que todos os judeus ou não-judeus, estão sujeitos a condicionamentos históricos que interferem na sua visão do mundo e na interpretação que concedem a si mesmos.

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A partir do estudo “Identidade judaica: formação, manutenção e possível modificação à luz da Psicologia Social, disponível em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/pdf/psicousf/v9n1/v9n1a11.pdf

Texto de: Margarida Roque, Francisco Magalhães e Bernardo Marques

Definição do termo Identidade, segundo vários autores

Definições do termo Identidade:

- qualidade do idêntico, capaz de reunir um conjunto de factores próprios e exclusivos a cada pessoa (Hollanda)

- compreendendo aspectos de ordem objectiva, subjectiva, individual e social (Erikson)

- implicado na percepção da constante articulação entre permanência e mudança de princípios e propósitos apresentados pela pessoa (Drever)

- envolvendo características centrais de um indivíduo, as quais guardariam um compromisso com uma concepção de homem em constante e dinâmica construção (Rorty & Wong)

- relacionado com o desenvolvimento psicossocial do sujeito através da passagem por fases (Erikson)

- como consciência que todo o indivíduo tem de si mesmo, da sua origem, filiação, relações que estabelece, atributos físicos e psicológicos e factores capazes de diferenciarem de outros indivíduos (Kruger)

Kruger destaca 4 aspectos:

1º: pode ser apresentada como tendo a sua origem na apercepção de características pessoais e permite que este indivíduo alcance a crença de que seja diferente doutros em alguns aspectos;

2º: possibilidade que qualquer sujeito tem de distinguir, na sua auto-apresentação simbólica, a existência de diversas dimensões, isto é, das variadas formas de identidade por ele apresentadas ao se inserir em grupos, colectividades e processos sociais.

3: constitui-se com base em crenças autodescritivas e auto-avaliativas, as quais lhe conferem um carácter dinâmico que permite mudanças.

4: este sistema de crenças contribui para o desenvolvimento da personalidade e da conduta dos indivíduos.

O processo de socialização caracteriza-se como dinâmico, universal e contínuo, isto é, onde as pessoas se influenciam umas às outras e, consequentemente, são influenciadas a todo o momento, movimento que ocorre em toda e qualquer sociedade e acompanha o homem ao longo da sua vida.

De acordo com Pereira e Jesuíno, a socialização caracteriza-se em termos de aprendizagem de papéis sociais, os quais seriam definidos como o comportamento que é esperado, por outras pessoas, de um indivíduo que ocupa uma determinada posição social.

Assim, Dahrendorf situa o “homo sociologicus” como o homem portador de papéis sociais pré-formados, isto é, a pessoa vestindo diferentes “máscaras” no decorrer da sua vida.

A Psicologia Social estabeleceu uma divisão entre:

- identidade pessoal: dirige-se a características individuais;

- identidade social: compreende a condição do sujeito se perceber membro de um grupo, de modo a também incluir na sua configuração, a valorização e significância emocional desta pertença. Assim, é associada a grupos dos quais o indivíduo participa, assim como conjuntos de referência onde não houvesse a inclusão do mesmo.

O conceito de identidade psicossocial apresenta-se como sendo uma configuração que contemple factores privados, públicos e relativos à vinculação entre o particular e o colectivo.

texto de: Margarida Roque, Francisco Magalhães e Bernardo Marques

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

"eu gosto da mestiçagem"

Post pessoal
Eu gosto das coisas e das pessoas que não são "preto e branco" , que nos concedem novas leituras, que nos apelam a repensar, que são diferentes nas posições/opiniões mas que são iguais na procura da comunicação..........a escolha da identidade para principal tema deste blog foi pensada a partir desse princípio, ....porque nos aponta em muitas direcções, porque nos permite juntar conhecimentos de muitas áreas , de juntar o pessoal e o social....de termos muitas leituras sobre uma mesma questão.

Continuo à espera da vossa participação mais activa.

Esperava que o tema da multiculturalidade fosse um tema muito escolhido.....não está a ser.....talvez a identidade dos jovens sociólogos esteja em mudança.

Aqui vai mais um link que mostra a centralidade de algumas destas questões
www.inter-disciplinary.net/ati/diversity/multiculturalism/mcb1/cfp.html

domingo, 11 de novembro de 2007

Identidade e Felicidade

"Só nos consideramos afortunados quando temos tanto ou mais do que as pessoas com quem crescemos, trabalhamos, que temos por amigas e com quem nos identificamos na esfera pública.

Se formos obrigados a viver num casebre frio e insalubre, subjugados à ordem rígida de um aristocrata, senhor de um grande castelo bem aquecido, e no entanto verificarmos que os nosso iguais vivem nas mesmas condições que nós, então a nossa condição parecer-nos-á normal; lamentável, é certo, mas estará longe de ser solo fértil para o sentimento de inveja. Já se tivermos uma casa agradável e um emprego confortável, mas cometermos a imprudência de comparecer numa reunião de ex-colegas de escola e viermos a saber que alguns dos nosso velhos amigos (não existe grupo de referência mais poderoso) estão a viver em casas maiores do que as nossas, adquiridas com os proventos de empregos mais cativantes, é bem provável que voltemos para casa a alimentar um desagradável sentimento de infortúnio.

É essa sensação de que poderíamos ser outra coisa que não aquilo que somos - uma sensação transmitida pelos feitos superiores daqueles que tomamos por nossos iguais - que gera um sentimento de ansiedade e ressentimento”

Botton, Alan de -(2005) Status Ansiedade. Lisboa: Dom Quixote. ISBN: 972-20-2811-1.


- Enquanto seres humanos únicos possuímos uma identidade própria que nos confere sentimentos de unidade pessoal e continuidade temporal indispensáveis para a vivência em sociedade.

Existem dois géneros diferentes de identidade: a identidade pessoal e a social. A primeira, apesar de possuir uma definição paradoxal, remete-nos para as características pessoais que tornam o actor social singular, único, isto é diferente de todos os outros. Por sua vez, a identidade social está associada às nossas funções enquanto actores sociais e ao nosso sentimento de pertença face a determinados grupos.

A identidade pessoal advém de processos sociais de assimilação e diferenciação social, ou seja, comparações sistemáticas com os nossos grupos de referência. São perante estes grupos que o actor social se identifica, exercendo uma grande influência, visível ou não, sobre o self - remete-nos para um conjunto de percepções que cada indivíduo constrói sobre quem é em relação a si mesmo, aos outros e aos sistemas sociais. O próprio estatuto social que cada indivíduo ocupa será uma das dimensões de influência sobre o self.

Em suma, procedemos a comparações perante os nossos iguais e a partir delas formulamos um senso geral sobre os outros e acima de tudo sobre nós mesmos. A condição do outro torna-se fundamental para a nossa própria condição, uma vez que ao vermos o outro em circunstâncias inferiores às nossas construímos uma imagem mais positiva de nós próprios. Se assim é, a infelicidade do outro torna-nos mais felizes?

Texto por: Ana Soares, Ana Mafalda, Flávio Fonseca

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

sobre moratória psicossocial



Outro dos conceitos eriksonianos importantes é o de moratória psicossocial. Esta moratória é "um compasso de espera nos compromissos adultos". É um período de pausa necessária a muitos jovens, de procura de alternativas e de experimentação dos papéis, que vai permitir um trabalho de elaboração interna. Antecipa-se o futuro, exploram-se alternativas, experimenta-se, dá-se tempo…

As moratórias são caracterizadas pelas necessidades pessoais, mas também por exigências socioculturais e institucionais. "Cada sociedade e cada cultura institucionalizam uma certa moratória para a maioria dos seus jovens."

"As instituições sociais amparam o vigor e a distinção da identidade funcional nascente, oferecendo aos que ainda estão aprendendo e experimentando um certo status da aprendizagem, uma moratória caracterizada por obrigações definitivas e competições sancionadas, assim como por uma tolerância especial."

ERIKSON, E. H., op. cit., 1976 (b), p. 157
citado em:

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A REPRESENTAÇÃO SOCIAL.

A REPRESENTAÇÃO SOCIAL.

Abordar o real social cinzentismo de ideias, senão venda de dignidade, ou despersonalização de carácter das personagens avassaladas e servis que desfilam mecanizadas pelos “valores” de sobrevivência de frágeis e voláteis lugares de ocasião que, enganosamente, lhes atribui um estatuto de qualquer coisa quando não, de coisa nenhuma.
Vem este intróito desmascarar as farsas teatrais de pretensos senhores que se pavoneiam em inaugurações, condecorações, ou eventos similares, normalmente com a bênção de um qualquer Bispo, para certificar e abençoar aquilo que com dinheiros públicos, se torna obra de um tal Presidente de isto ou daquilo e que ficará eternizado através duma placa descerrada com pompa e circunstância, abrilhantada com fanfarra dos bombeiros lá do sítio.
Toda aquela indumentária de fatos e coletes negros, marinhos, ou cinzas, prostram-se no branco esticado do colarinho, como manda o momento. Tem o risco alinhado da parca cabeleira, a função de pentear para o lado mais conveniente a desarrumação das ideias, mas sempre sustentada por um gel de marca, pronta a impressionar o mais desatento porque a época já não se compadece de chapeladas.
Como um ser pensante, vazio de ideias, se transforma num autómato com passo e lugar marcado, embrulhando na ansiedade os aplausos com que há-de brindar a dita individualidade que, como configura a história, chegará bastante atrasada para destacar e valorizar ainda mais tal celebridade.
Outras ocasiões há como nesta, em que as pessoas todas formais se dilaceram no mal-estar dos pés apertados dum qualquer par de sapatos comprados exclusivamente e que, de tão virgens serem, se adaptaram mal à forma do pé.
Os peristálticos aprisionam os movimentos e desencadeiam uma luta entre o incómodo e o conveniente estar social. É o preço a pagar pela representação a que eu chamaria fingimento.

António Franco.
05/11/07

terça-feira, 6 de novembro de 2007

sábado, 3 de novembro de 2007

a deeper look into the mind


Nine-year-old Sam Paretta is dead, killed in a plane crash. Even though it's been fourteen months since the accident, his mother Telly (Julianne Moore), still grieves over the loss. But suddenly, her husband (Anthony Edwards) swears they never had a child and her psychiatrist (Gary Sinise) insists she's delusional. But worst of all, there is absolutely no evidence to prove Sam ever existed. Haunted by the memories of her son, Telly's search for the truth propels her into a dark mind-shattering conspiracy of unearthly terror.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Unknown


id1


sobre o funcionamento do blog

Algumas breves notas:
- para além dos "posts" é aconselhável consultar os links propostos, a maioria deles são muito gerais e abrem um sem número de novas possibilidades;
- as pessoas que já definiram os seus temas devem colocar um post com a ideia que estão a desenvolver;
- podem lançar-se questões para debate;
- para os mais "image oriented" ....podem colocar imagem sem texto desde que consigam estabeler alguma relação com a temática.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

iD

Problemáticas de identidade na adolescência

sábado, 27 de outubro de 2007

livros em identidades profissionais e fronteiras e identidades

Em resultado de projectos de investigação financiados pela UE foram publicados livros que podem ser "downloaded" do seguinte site http://www.cliohres.net/

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Viver com 17 "selves"

Nem de propósito vejam este artigo publicado no último número da Newsweek http://www.newsweek.com/id/57861

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

anúncio do YSL

http://www.youtube.com/watch?v=iyEfksvhwaQ

Construção social de identidades femininas na publicidade

Nem sempre estou atenta, ou pelo menos "muito" atenta a anúncios publicitários, mas confesso que ultimamente me tenho questionado sobre os consequências dos papéis de género construídos e veiculados pelos meios de comunicação social, seus efeitos na auto-percepção do corpo, da imagem, nas escolhas dos consumos diversos e, logo, também a repercussão disto na relação do eu com o outro. Vi, quarta-feira passada este spot publicitário que acaba de ser lançado para o mercado, e que para além de se dirigir essencialmente a uma população feminina, constrói uma imagem simbólica colada a essa intenção, que funciona assim talvez como a idealização da mulher pela marca Yves Saint Laurent, como também demonstra as representações culturais mais vastas que atribuem à mulher uma série de características e elementos que funcionam no seu todo pela enfâse em fragmentos particulares. Interessante ver a desfragmentação do corpo e da imagem neste anúncio em elementos tradicionalmente tomados como atributos culturalmente definidos como "femininos": reparem na edição e na montagem particular deste pequeno filme publicitário: evidência e planos fechados nos saltos altos,no cabelo longo, nos lábios, nos olhos realçados pelo eye-liner. Elementos de definição da condição feminina até muito tradicionais. Encontrei dois textos bastante interessantes que tentam descortinar a relação complexa entre publicidade e construção de papéis femininos, num deles o autor defende precisamente que sob elementos que parecem certamente muito emancipatórios no desenho da identidade feminina dos anúncios ( também muito presente neste) existe um conservadorismo latente e que se reproduz muito pelas ideologias e linguagens simbólicas da actualidade... precisamente sob o lema e na pose da emancipação se constroem identidades femininas que afinal de reivindicativas da sua condição anterior nada têm...e digo isto com todos os feminismos e outros "...ismos" à parte. Por curiosidade gostaria muito de saber que traços de personalidade é que vocês atribuiriam à "personagem" deste spot.
Os textos são : "A mulher, o corpo e o silêncio: a identidade feminina nos anúncios publicitários" e " Corpos eróticos: imagens da mulher na publicidade da imprensa feminina portuguesa". Espero que eles sejam úteis para quem queira desenvolver o seu trabalho nesta temática.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

second life

Enquanto espero pelas corajosas que irão colocar os primeiros posts......vou introduzindo algumas referências para novas ideias
http://www.ebusiness-newcastle.com/blog/?p=64

Oliver Sacks

Antes de o António Damásio ser famoso já existia um outro neurologista que analisava como dadas lesões neurológicas nos podem dar luzes interessantes sobre os nosso funcionamentos cognitivos mais básicos.
ele tem vários livros traduzidos em português, dos quais o mais famoso é "O homem que confundiu a sua mulher com um chapéu", existe também um filme "Despertares" que é baseado num livro seu.

Hoje li este artigo dele que achei interessante

http://www.newyorker.com/reporting/2007/09/24/070924fa_fact_sacks?currentPage=1

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Introdução

Este espaço virtual foi pensado como convite para a reflexão conjunta sobre as problemáticas gerais da Psicologia Social e particularmente das questões da identidade.

Espera-se que contribua com reflexões pessoais, teóricas ou simples ideias e observações sobre os processos (des)construtivos das identidades nas sociedades contemporâneas.