blogue da disciplina de Psicologia Social da FLUP

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

"A privacy paradox: Social networking in the United States" "

A utilização mais acentuada das redes sociais tem vindo a preocupar cada vez mais a sociedade. Nesse sentido, Susan B. Barnes analisou diferentes aspectos do paradoxo da privacidade, apontando as suas consequências e em conclusão, realça algumas medidas que podem ser tomadas em relação à privacidade.
Cada vez mais as redes sociais são vistas como um processo de comunicação mediado no desenvolvimento das relações dos indivíduos. Este processo verifica-se com mais frequências nos jovens de modo a que, os adolescentes utilizam os sites para conhecerem outras pessoas e para explorarem a formação da identidade.
Com o crescimento da popularidade destas redes sociais, estas passaram a controlar todos os aspectos da vida humana e do comportamento social.
Nas suas páginas pessoais, os jovens revelam aspectos pessoais sobre a sua vida que estão acessíveis a amigos, pais, escola e futuros empregadores. Os limites entre o espaço público e privado não estão bem definidos pois na Internet existe uma ilusão de privacidade.
É de fácil percepção que a partilha de informação pessoal nas redes sociais é perigosa. A maioria dos utilizadores destas redes sociais (como por exemplo Facebook, MySpace, Hi5...) não têm noção do perigo que correm em fornecer determinadas informações como é o exemplo o endereço de e-mail ou a localização.
Susan Barnes explica que a solução do paradoxo não é simples e a palavra-chave para a utilização destas redes sociais é a prevenção. Nós precisamos de ser mais activos na educação uns dos outros para a utilização segura destas redes.

Será que temos um problema quando partilhamos informações pessoais nas redes sociais?

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Facebook

O facebook é um universo interessante onde podesse conhecer outras pessoas. Podemos contactar com pessoas e amigos que ja não vemos a muito tempo. Esta "Febre" pelo facebook começa maioritariamente quando vamos para universidade. Por crescer a nessicidade de estar em conctacto com os nossos "velhos" amigos e também por ser um meio de divertimento. No facebook podemos um encontrar um pouco de tudo começando que tem jogos e conversas onlineou offline. Muita gente procura o facebook para encontrar alguém para desabafar ou simplesmente para ter uma conversa que não conseguiria fazer alguém que conhece. Mas este também pode ser incoviniete no sentido que muita gengte pode aceder as nossos dados pessoais entre outros.O facebook tem pontos positivos e outros negativos. Qual será o que têm mais "peso"?

domingo, 20 de dezembro de 2009

Cidade, homossexualidade e música electrónica: do urbano ao virtual

As novas tecnologias têm tido um impacto fortíssimo nas sociedades actuais. Esse desenvolvimento foi progressivo. Este impacto não tem sido só ao nível individual, mas também grupal. Como tal, "as novas relações sociais" são estabelecidas virtualmente.
Dados todos estes factores, as minorias, as populações que são mais descriminadas e postas de parte (e por conseguinte muitos obstáculos na sua sociabilidade e integração social), tendem a expandir-se por via das novas tecnologias, uma vez que não existe um contacto directo com a sociedade.
Casos concretos do mencionado são os homossexuais e as comunidades de música electrónica.
A procura de lugares de encontro e maior interacção social sempre foi uma característica da comunidade homossexual, com o surgimento do ciberespaço, e das cibercidades, o mesmo acontece: não havendo esses lugares de interacção, eles são criados.
Os laços estabelecidos no ciberespaço facilitam encontros específicos, que podem concretizar-se no espaço das cidades reais. São muitas as listas de discussão destinadas aos homossexuais e diversas outras multiplicidades sexuais.
Segundo o estudo que foi analisado e apresentado, a música electrónica tem sido considerada como uma cultura (nomeadamente nos últimos 5 anos) na medida em que faz a utilização das novas tecnologias com o objectivo de ter uma produção simbólica: da própria música electrónica e de tudo o que provém dela (a moda, produção de softs de e-music, sites, etc.)
Apesar de existir uma enorme tentativa de interacção e integração social, estas comunidades (e muitas outras) acabam, muitas vezes, por se fechar sobre si próprias.

Ana Catarina Rodrigues Correia

sábado, 19 de dezembro de 2009

Será o jornalismo "online" a imprensa do futuro?

Nos dias de hoje, a internet já faz parte das nossas vidas e tal como nos habituamos a "viver" com ela, o jornalismo também aprendeu a "conviver" com ela, tendo evoluído nesse sentido.

A imprensa escrita atravessa actualmente uma grave crise, prova disso são os dados da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT) que revelam que "“Entre 1995 e 2004, a circulação de jornais caiu, em média, 13% na Europa". Em Portugal os dados relativos a 2006 mostram que "os cinco principais jornais venderam menos de 26 mil exemplares por dia, no último ano." nem os semanários escapam, pois o Expresso perdeu algo a rondar os 4 mil leitores.

De 2006 até hoje esta tendência agrava-se cada vez mais e coloca-se a questão: Será que os jornais generalistas de referência terão os dias contados? Várias opiniões foram dadas em relação à temática, tendo como ideia principal que as pessoas não deixaram de ler jornais. Quem o fazia, continua a fazê-lo. O problema prende-se com os jovens, que não tem por hábito comprar ou ler jornais.

A existência de jornais gratuitos que são distribuídos de forma muito eficaz também contribui para o declínio dos jornais generalistas pagos. A televisão e a rádio também têm a sua "quota parte de culpa" neste problema. De destacar ainda os hábitos de leitura, que se têm vindo a perder nos jovens e aliados às mudanças demográficas, ou seja o envelhecimento populacional provocam a queda da imprensa escrita.

Destaque ainda para os próprios jornais, que apostam cada vez mais nas potencialidades da internet. Neste momento, existe tanta concorrência "online" como escrita e a mais rápida actualização da informação pesa na opção pelos jornais "online". Em conjunto com os sites dos próprios jornais, existem ainda diversos sites de notícias que competem em termos de rapidez e diversidade de informação; contando ainda com o fantástico contributo dos blogues que traduzem uma democratização do espaço público.

Como tal, a imprensa escrita necessita de soluções para contrariar ou atrasar esta tendência. A ideia de distribuir brindes aos consumidores já se encontra esgotada pelo que a solução possa passar pela distribuição gratuita deste tipo de imprensa em locais estratégicos como universidades. O objectivo é chegar aos jovens, mostrando que também este tipo de imprensa pode ser credível e de fácil acesso. Por último, continuar a cativar as populações mais envelhecidas que, por hábito ou tradição, dificilmente deixarão de comprar os seus jornais em formato de papel.

Edgar Azevedo

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A experiência de obediência á autoridade de Milgram

Gostaria de partilhar uma porção de um documentário (aqui apenas estão três partes)
relativo às experiências de Milgram sobre a submissão à autoridade.

Nesta experiência constata-mos como indivíduos ditos normais (psicologicamente avaliados)
seriam capazes de causar grande dor e eventualmente matar um outro ser humano dadas as condições adequadas. Para os participantes a responsabilidade do que eventualmente possa acontecer à pessoa a quem infligem choques reside não neles (que meramente pressionam botões) mas sim no individuo que está de bata; pois este representa a figura legitima de autoridade.
A ciência como meio de produção de conhecimento e produto é vista de forma muito positiva pelo senso-comum, de modo que a maioria das pessoas não se sentiria capaz de questionar a autoridade de tamanha "instituição".

Parte 1:
http://www.youtube.com/watch?v=0PassGyF8X8

Parte2:
http://www.youtube.com/watch?v=-WLV7mMwGz0

Parte 3:
http://www.youtube.com/watch?v=6Ahc7FYFGno

João Sanches

Quando as redes sociais batem os canais de notícias

Quando as redes sociais batem os canais de notícias

"Quem estivesse no Facebook ou no Twitter na madrugada de quinta-feira ficaria rapidamente mais bem informado sobre o sismo do que quem estivesse dependente da televisão.

'Eu Sobrevivi ao Sismo de 2009!' (mais de 6 mil fãs ontem à noite) e 'Pessoas que não Sentiram o Sismo de 2009' (mais de mil fãs, idem) são dois dos grupos de fãs que se formaram no Facebook, muito pouco tempo depois do sismo sentido em Portugal na madrugada de quinta-feira, registado e comentado em tempo real na Internet.

As redes sociais bateram as televisões e os títulos online em termos de rapidez de reacção e de quantidade de informação sobre o tremor de terra. E nem é bom falar nos sites institucionais portugueses, nos quais nem sequer se conseguia entrar para saber pormenores sobre o sucedido.

Alguns minutos depois do abalo, já havia no Facebook e no Twitter quem tivesse escrito notícias minimamente detalhadas sobre a ocorrência, e colocado links de instituições estrangeiras ligadas à sismologia e aos fenómenos geológicos, onde se podiam ler textos e ver gráficos.

A olisipógrafa Marina Tavares Dias, autora da série de livros Lisboa Desaparecida, postou no Facebook, num abrir e fechar de olhos, a capa da revista O Século Ilustrado sobre o tremor de terra de 28 de Fevereiro de 1969, recebida com muitos comentários de congratulações pela velocidade de resposta - e pelo arquivo inesgotável.

Entretanto, as televisões generalistas não tugiam nem mugiam, enquanto que os canais de notícias em contínuo avançavam algumas tímidas informações. A RTP N, por exemplo, mantinha no ar um debate sobre futebol.

A impressão deixada era que, depois da meia-noite, as estações não têm planos nem agilidade para lidar com emergências destas. ("É por estas e por outras que eu deixei de ver televisão", desabafava um. "Que belos canais de 'notícias' que temos", troçava outro).

No Facebook e no Twitter, as pessoas trocavam informações e experiências pessoais do abalo, recordavam o sismo de 1969, sossegavam-se umas às outras, gracejavam ("Foi o governo que caiu e fez este barulho todo", escrevia alguém) e postavam fotografias e links úteis, sobretudo quando as rádios e os títulos online começaram a dar notícias mais desenvolvidas sobre a valente sacudidela que Portugal sentiu.

Ontem, no Twitter, comentava um utilizador, sardonicamente: "'Foi o sismo mais intenso dos últimos 40 anos', dizem na SIC, RTP1, TVI. Mas eles só o sentiram muitas horas depois". "


link da notícia:
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1450628

Dalila Marcos



Será que somos o que ouvimos?

Nos dias que correm já ninguém sai de casa sem a companhia do mp3, ipod, ou então sem o telémovel, isto porque cada um faz questão de durante as viagens nos transporte públicos, ou enquanto vagueiam pelas ruas, ouvir a sua própria música.
Mas será que a música que cada um ouve tem influência na sua personalidade?
Pois parece que sim!

"Acid house, Bossa nova, Chill out, Jazz, Country, Dance, Gospel, Indie, Rock, Soul, Rap, Salsa, Reggae, Punk, opera, fado, samba… Há música para todos os gostos E o que revelam sobre nós esses gostos, a nossa colecção de discos ou os temas gravados no Ipod? Muito mais do que imaginamos, segundo os últimos estudos.

Para começar, as preferências musicais de cada individuo definem a sua personalidade, e os psicólogos Peter J. Retfrow e Samuel D. Gosling, da Universidade do Texas, conseguiram demonstrá-lo cientificamente. Há alguns anos, conceberam o Teste Breve das Preferências Musicais (STOMP, na sigla inglesa) e submeteram as suas perguntas a várias centenas de jovens. Segundo se depreende dos resultados, publicados na revista Journal Of Personality and Social Psychology, se o leitor for adepto de blues ou do jazz, é provável que seja inteligente, imaginativa, tolerante e liberal, além de aberto a novas experiências.

Os consumidores de heavy metal partilham a inteligência mas são, além disso, especialmente curiosos, atléticos e habituais "cabecilhas" sociais. Extroversão, loquacidade, energia e uma auto-estima elevada são as características predominates entre os fãs de hip-hop e funky. E os que gostam de ouvir Madonna ou a banda sonora de Danças com Lobos costumam ser pessoas conservadoras, endinheiradas, agradáveis e, muitas vezes, emocionalmente instáveis.

Os amantes de Ópera são perigosos ao volante

Podemos deduzir muito mais do que isso das entrelinhas da nossa lista de canções preferidas. Um dos primeiros a intui-lo foi o psicólogo britânico Adrian North, da Uni de Leicester, que realizou uma sondagem pormenorizada, em 2006, junto de mais de 2500 individuos escolhidos ao acaso em meios universitários, centros comerciais e estações ferroviárias da UK. No questionário, incluía perguntas sobre os gostos musicais, mas também sobre as habilitações literárias, situação laboral, relações pessoais, rendimentos anuais, crenças e hábitos de consumo. Os resultados foram uma grande surpresa.

Tal como indicam os esteriotipos, os indivíduos com um nível superior de educação e maiores rendimentos revelaram-se os principais apreciadores de ópera e música clássica. No entanto, eram também péssimos condutores: quase metade incorrera recentemente numa infracção de transito, o dobro do numero de inquiridos que tinham escolhido os musicais como categoria preferida.

O estudo também indica que os que mais viajam são os fãs de dance e house. Os amantes do rock e pop dos anos 60 são os mais atingidos pelo desemprego do que os restantes, mas isso poderá estar relacionado com a sua faixa etária. Os apreciadores de ópera são os que lavam o cabelo com menos frequência. No extremo oposto, encontramos os consumidores de electrónica, que são também os que mais exercício físico praticam, seguidos dos adeptos do rap e de música indie.
Quando se trata de consumir álcool, os números indicam que quem bebe menos são os fãs dos filmes musicais, que juntamente com os apreciadores de ópera, costumam preferir o vinho à cerveja e fumam pouco. As taxas mais elevadas de promiscuidade e os maiores índices de criminalidade foram encontrados entre os que ouvem hip-hop.

São também os menos partidários da reciclagem e energias renováveis.
O estado cível também deve ser tomado em consideração. Os solteiros, segundo North, têm maior propensão para ouvir música DJ, hip-hop, dance e house. Porém, quando iniciam uma relação estável, passam a gostar de country, blues, pop e música clássica.

Quando começam a tomar forma todas estas preferências musicais? Embora processemos os sons desde a nascença, os gostos apenas se consolidam entre os 16 e os 24 anos de idade, conclui North, embora adiante que nada é imutável.
"Os nossos gostos podem tornar-se mais sofisticados à medida que envelhecemos, nomeadamente porque o cérebro escutou mais música e pode processar coisas mais complexas", afirma o psicólogo. Seja como for, assegura que "não é provável alguém passar de Britney Spears para Beethoven".

É por isso que se verifica excepto se formos acometidos por algum tipo de distúrbio mental, como aconteceu, há alguns anos, com um italiano de 68 anos. Os médicos que lhe tinham diagnosticado demência fronto-temporal descobriram que abandonara, subitamente, o hábito de ouvir música clássica, para escutar no máximo volume um conhecido cantor pop italiano, cujas canções lhe tinham sempre merecido o epíteto de "ruído de merda".

A mudança, explicou o investigador Giovanni Frisoni, não foi observada noutros tipos de demência, como a doença de Alzheimer, e pode ter base neurofisiológica. "Para quem tem mais de 60 anos, a música pop é um fenómeno novo", sublinha Frisoni. Estudos anteriores já tinham sugerido que as novidades são processadas pelo lóbulo frontal direito, e que um eventual predomínio deste sobre o esquerdo, causado por uma lesão, poderia levar o individuo a descobrir, entre outras coisas, novos estilos musicais."

Em Suma

"Heavy Metal: Tipo de personalidade; Curiosos, inteligentes, atléticos, seguros de si.

Jazz/Blues: Tipo de personalidade; Inteligentes, criativos, liberais e tolerantes.

Ópera/Clássica: Liberais, perspicazes, com níveis de educação superiores e maiores rendimentos do que a média, maioritariamente casados.

Rap/Hip-Hop: Tipo de personalidade; Extrovertidos, loquazes, enérgicos, elevada auto-estima.

Pop: Tipo de personalidade; Felizes, generosos, previsíveis e convencionais, são considerados pessoas atraentes.

Rock: Tipo de personalidade; Activos, aventureiros e com maior tendência do que a média para se declararem ateus."



in:http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/17402
Publicado por: Andreia Daniela Moreira

Tendência sobre as Comunidades virtuais da perspectiva dos prosumers

• O desenvolvimento de tecnologias de comunicação e de informação, tais como a Internet, revolucionou as formas de comunicação de maneira jamais vista. Uma das principais evidências desse facto é que as pessoas se aproximam, formando grupos de relacionamento online conhecidos por comunidades virtuais. O artigo por nós escolhido, intitulado “ Tendências sobre as comunidades virtuais da perspectiva dos prosumers” tem como propósito identificar as tendências quanto ao futuro das comunidades virtuais a partir da perspectiva de um perfil de usuário específico - os prosumers. Para tal, foram realizadas combinações de diferentes técnicas qualitativas, envolvendo a utilização de imagens, entrevistas em profundidade, técnicas projectivas e, ainda, análise de cenários. Os resultados obtidos sugerem que as tendências de uso e participação das comunidades virtuais, do ponto de vista dos prosumers, estão vinculadas a cenários mais inovadores: de maior participação activa dos usuários, maior envolvimento das pessoas, adopção de novas tecnologias e formas de acesso, entre outros. Além disso, demonstram a importância da sua consideração dentro das políticas de marketing e a influência que terão no futuro sobre os consumidores e sobre o processo de prosumption.
• Este estudo, por vincular temas comunidades virtuais, prosumers e tecnologia, é passível de trazer informação útil para diferentes áreas do conhecimento, tais como sistemas de informação, sociologia e antropologia.
• Quanto à participação em comunidades virtuais, apesar da opinião dos prosumers e dos especialistas entrevistados apontar o aumento da utilização, é provável que algumas pessoas fiquem sem acesso a elas, mesmo por volta de 2012. Isso acontecerá sobretudo pelas dificuldades de acesso aos computadores de grande parte da população mundial, pelo seu custo ainda elevado, pelo nível educacional e intelectual exigido para a ligação À Internet e inserção nas comunidades virtuais e pelo tempo necessário para intervir em actividades no mundo virtual
Catarina Marisa Martins e Maria Francisca Mesquita

A identidade no ciberespaço: A construção social da identidade através das relações virtuais online

Os ambientes virtuais abrem portas a novas experiências identitárias. Ao entrarmos num mundo virtual, no qual as nossas características físicas e pessoais não são directamente visíveis e evidentes para os outros, encontramos uma forma de comunicar, que implica intrinsecamente novas formas de ser, de mostrar, ou de negociar as identidades em jogo.
A possibilidade de entrar numa nova comunidade, onde qualquer informação pessoal é directamente mostrada para os outros, proporciona aos actores a construção de uma identidade múltipla, composta por diversas identidades individuais específicas.
Considerações recentes abordadas pela psicologia social, sobre a construção da identidade individual e social, revelam como estas são identidades dinâmicas e não estáveis. Este facto comporta implicações, as quais se traduzem na construção da identidade através da interacção, fazendo notar que estas identidades não são apenas dependentes do que cada um decide sobre si em determinados contextos sociais, mas também do que a dado momento adquire por parte dos diversos contextos, pressupondo um papel activo e preponderante por parte do indivíduo. Estes contextos envolventes guiam e moldam cada ser humano, interferindo assim nas suas escolhas quotidianas. Pode-se assim verificar como o contexto dá relevância a algumas características específicas de cada pessoa, fazendo variar essa especificidade com o tipo de comunidade existente, interferindo assim nas identidades formadas dentro destas.
Por isso, a construção social da identidade no ciberespaço, através das relações virtuais online encontra-se assim no seu auge, visto que os indivíduos interagem cada vez mais frequentemente com recurso às tecnologias, nomeadamente a Internet, através das suas mais diversas potencialidades!
Será que a construção da identidade tem sido influenciada pelas relações virtuais? Em que medida a identidade virtual é totalmente tradutora da identidade real?

Cidade, Homossexualidade e Música Electrónica:

Do espaço urbano ao espaço virtual

Relacionando o universo homossexual, a comunidade da música electrónica e a experiência das cibercidades, o artigo visa explicitar que as prmeiras não têm criado estruturas abertas à interatividade e à instalação de culturas emergentes, enclausurando-se em comunidades restritas fugindo aos objectivos da cibercidade.
A cidade é uma realidade objetiva – com ruas, monumentos, praças – uma realidade a partir da qual se desenvolvem ideias e se constroem representações. Das representações possíveis acerca da cidade, uma das que mais tem chamado a atenção é aquela que se refere ao processo de urbanização, com todas as suas consequências.
No entanto, nos últimos anos, com o crescente desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação digital e a sua inserção no quotidiano, as atenções voltaram-se para um outro tipo de cidade, as cibercidades. Elas surgem, assim, como espaços onde seria possível se desenvolver alternativas aos problemas percebidos no ambiente das cidades reais.
Analisando as experiências de cibercidades, André Lemos (1999) mostra que, em última instância, elas têm mantido como referência principal a cidade moderna como a conhecemos, com todos os seus antagonismos. O autor ressalta que a maioria das cibercidades desenvolvidas até ao momento não passam de metáforas que não abarcam a complexidade de um determinado espaço urbano. Para Lemos, seria necessário, através dessas experiências, descobrir o que fazer para virtualizar a efervescência ou a dinâmica de uma cidade, as suas partes negativas; seria necessário reflectir sobre a cidade virtual para que ela venha a tornar-se palco de algo diferente das visões estereotipadas e assépticas que os especialistas se ocupam em construir. Na sua visão, as cibercidades deveriam aproveitar o potencial de formação comunitária do ciberespaço, promovendo práticas que, por exemplo, façam com que as pessoas evitem deslocamentos inúteis.
As cibercidades devem ser pensadas no sentido de potencializar trocas entre os cidadãos e a ocupação de espaços concretos da cidade real.
As cibercidades propostas até agora não conseguiram incorporar formatos abertos a intervenções efectivamente interactivas de indivíduos e comunidades. Onde se encontre recursos técnicos que abram espaço para a criação de artifícios, para a incorporação de experiências culturais alternativas e outras práticas políticas. Não da política tradicional, eleitoral, institucional, mas políticas de construção de outros sentidos, de outros discursos estéticos.
A ocupação do espaço público urbano sempre foi considerada como um fator importante para o desenvolvimento de estilos de vida.
A procura de lugares de encontro e maior interacção social sempre foi uma característica da comunidade homossexual que, como alternativa, procura refúgio em determinados pontos das grandes cidades, dos quais se apropriam. Com o surgimento do ciberespaço, e das cibercidades, o mesmo tem acontecido: não havendo esses pontos, esses lugares de interacção, eles são criados.
Os sites dirigidos aos interesses específicos do público homossexual e, na maior parte das vezes por eles criados, são os mais procurados e acessados. Até mesmo porque as cidades virtuais não oferecem possibilidades para esse público e, quando oferecem, é sem os mesmos atractivos dos espaços já existentes.
O universo homossexual, em toda sua diversidade, apropriou-se do ciberespaço, criou comunidades e tem tentado transferir para o ambiente das cidades reais a sociabilidade por vezes conquistada apenas no ambiente virtual. Mas não é apenas o universo homossexual que vem criando os seus espaços na rede, outras comunidades, como as que se reúnem em torno da música eletrônica, vêm ocupando as suas posições no espaço virtual.
A comunidade da música electrónica, particularmente nestes últimos cinco anos, tem se consolidado como uma cultura, como uma expressão da cibercultura, já que reflete a (re)apropriação das tecnologias contemporâneas tendo em vista uma produção simbólica: a música electrónica e tudo que decorre dela (como a moda, produção de softs de e-music, sites, selos alternativos de música, etc). Essa é uma concepção que não aparece nas cidades virtuais, apesar da sua proliferação no mundo, principalmente entre os jovens que alimentam um movimento com marchas protestantes de grande repercussão (Love Parade na Alemanha com um milhão e 500 mil pessoas; em Paris com 400 mil pessoas; em São Paulo com 20 mil pessoas), eventos noturnos (techno parties, chill in, chill out, lounges), selos, sites, etc.
Em suma, a presença marcante do universo homossexual e da comunidade da música electrónica no ciberespaço pode ser interpretada como um novo movimento de resistência à exclusão social, de regeneração do espaço público perdido e de apropriação das novas tecnologias de comunicação. Se não existe o poder, instaura-se a potência, a vontade de estar-junto, a socialidade dos agrupamentos urbanos que, com a novas tecnologias, passam do espaço urbano para o virtual.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O crescimento das redes sociais e dos sites de partilha

Queria partilhar com vocês dois materiais. Em primeiro lugar, uma breve notícia nacional, relativa ás redes sociais. Em segundo lugar, um vídeo que penso que todos acharão de grande interesse e que levanta inúmeras questões.

De acordo com informações do Diário Económico, aceder a comunidades virtuais já faz parte do quotidiano de 1,3 milhões de portugueses. Os sites de comunidades/redes virtuais a que as pessoas mais acedem são: o Hi5, com 15.9% desses indivíduos, seguido do Facebook com 2.6% e MySpace com 1.4%. No contexto das grandes empresas, é notada uma cada vez maior incersão, adesão e participação das redes virtuais, como é o caso do Facebook ou o Twitter.

Mostro agora um vídeo que se intitula 'Social Media Revolution' e que apresenta um conjunto de dados interessantes no contexto da internet.

Eis algumas informações lá mencionadas:

- Em 2010, 96% da geração Y estará ligada a uma rede social;

- O social media roubou à pornografia o 1º lugar no top de actividades na web;

- 1 em cada 8 casais dos EUA que se casaram ano passado, conheceram-se via redes sociais;

- O Facebook atingiu os 100 milhões de utilizadores em menos de 9 meses;

- Se o Facebook fosse um país, seria o 4º mais populoso do mundo.


Este vídeo fornece um óptimo ponto de partida para a discussão de várias temáticas enquadradas nesta disciplina. Tentar perceber qual a real influência deste mundo virtual no processo de construção da identidade, bem como na representação de papéis por parte dos indivíduos. Por outro lado, compreender a grande carga simbólica presente no mundo online e as suas influências na forma como agimos. São duas de várias questões que se podem colocar a partir do visionamento deste vídeo, e de aplicação directa aos conteúdos da cadeira de Psicologia Social.


Pdf da notícia do Diário Económico: http://www.marktest.com/wap/clip.aspx?id=9207

Link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=sIFYPQjYhv8

Não façam o que eu faço, façam o que eu digo...

Não querendo tornar este blogue político, até porque já me chega a faculdade, gostaria de partilhar uma curiosidade que observei.
O nosso primeiro-ministro desde que foi eleito já esteve envolvido em alguns escândalos como por exemplo a questão da sua licenciatura, o caso freeport, o caso dos apartamentos por metade do preço em zonas requintadas para a sua querida mãe e para o próprio e mais recentemente a suspeita de envolvimento no caso face oculta. Isto lembro-me eu sem fazer uma única pesquisa vou resistir e não o fazer... Não quero mais informação a respeito deste senhor, sim porque Sócrates é um senhor ao contrário do que João Soares pensa.
Então o nosso PM é um grande amigo de Armando Vara esse senhor que as únicas prendas que recebeu do magnata das sucatas foi uma caixa de robalos e um equipamento de futebol para o filho, suponho que tenha sido do Sporting Clube de Esmoriz, com um ordenado na ordem dos 30.000€ mensais a isso é que eu chamo amor ao robalo. Já estou a imaginar Manuel Godinho diz a Armando Vara, então gostaria de receber um presente pelas diligencias efectuadas? ao que este responde: não, mas sempre quis experimentar robalo da costa de Prata e o meu filho anda-me sempre a chatear para lhe comprar um equipamento do Sporting clube de Esmoriz.
Com tudo isto a acontecer nos últimos anos como pode pedir o governo mais transparência menos fuga aos impostos e maior rigor por parte dos cidadãos quando se mostra o pior dos exemplos começando no PM e acabando nas juntas locais.
Com isto só me apetece dizer Não façam o que eu faço, façam o que eu digo, não é senhor primeiro-ministro.
Hugo Soares

Second Life não é só palco para música

2009-11-18
C.S./D.E.S.
Nem só de música vive o Second Life. O mundo virtual, que tem recebido um crescente número de artistas portugueses, serve de plataforma para diversas manifestações culturais.
Rui Lourenço, da Associação Centro Cultural Virtual, que presta apoio a artistas que se queiram aventurar no Second Life, explica que a plataforma tem características únicas para a produção cultural. "É um mundo onde tudo é possível e a nossa imaginação é o limite", declara, acrescentando que "é uma ferramenta poderosa em termos culturais", pois "permite, de uma forma extremamente barata, fazer com que o acesso à cultura seja muito mais vasto".
No caso português, o Second Life, entende Rui Lourenço, pode funcionar como uma rampa de lançamento e promoção da cultura lusitana. "Portugal tem um grande problema: tem muita gente a fazer coisas muito boas, mas somos só dez milhões. A única hipótese que temos de continuarmos a fazer coisas muito boas e viver disso é ir para o mercado internacional. Nisso, sim, as novas tecnologias podem e devem ajudar".
E os exemplos de sucesso não são difíceis de encontrar: "Fizemos uma ilha de demonstração de um fado e a primeira coisa que se ouvia quando se chegava à ilha era os 'Verdes anos', de Carlos Paredes. Começámos a receber emails de pessoas a perguntar que música era aquela e as pessoas começaram a comprar a música via iTunes".Desde então, a música do fadista português acompanha "um taxista de Londres, em Inglaterra, fazendo-lhe companhia todos os dias no caminho para casa", ou até mesmo um "piloto norte-americano", que põe o fado a tocar sempre que pilota o avião.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/interior.aspx?content_id=1423325
O inato e o socialmente adquirido

É já frequente ouvirmos aquela afamada frase que um verdadeiro génio é 5% talento e 95% de trabalho. Será? Pergunto eu (embora deixe já aqui clara a minha plena convicção que assim seja). Como podemos nós medir a relevância do inato e do social? Em que medida é que a nossa compleição genética pode de algum modo ser determinante ou decisiva na nossa estruturação cognitiva e, por arrastamento, na percepção que cada um de nós irá eventualmente ter daquilo que nos rodeia, na forma como encaramos a nossa vida e no seu impacto sobre as nossas capacidades, que podemos leigamente designar de “dom natural” (ou falta dele)? E ao acreditar neste seu carácter peremptório de que forma é que podemos não dizer que as nossas vidas estão de certa maneira já elas pré programadas? Que este tal de “património hereditário” não vai traçar prematuramente certas e determinadas características ou se quisermos orientações para um certo tipo de comportamentos, atitudes, maneiras de pensar, agir ou ver o mundo? Estas perguntas parecem-me particularmente pertinentes embora difíceis de responder. Ora colocarmos essas questões em termos quantificáveis seria complicado porque avaliarmos percentualmente a importância que cada um deles desempenha parece-me a mim algo irrealista até para o maior dos matemáticos a conviver com o maior dos psicólogos, principalmente se tivermos em conta que se trata de uma questão circunstancial. É por isso importante entendermos a frase que inicialmente referi, de uma perspectiva mais metafórica, por assim dizer, do que propriamente científica.
Podemos contudo colocar a matemática de lado e tentar perceber a sua relevância de outra maneira. Ao acreditar convictamente na desmedida importância do social na formação do indivíduo não pretendo, quase que de forma discriminatória, descartar o impacto daquilo que nos é inato. Pelo contrário, penso que existem situações em que é evidente o seu contributo decisivo. Pegando numa situação concreta está, por exemplo, mais do que provado cientificamente que os atletas negros na sua generalidade nascem com uma disposição genética mais propensa ao desenvolvimento das capacidades físicas. Quem não acredita é só ver a quantidade absurda, e diria eu irritante, de quenianos que ganham maratonas ou até, de forma mais geral, a quantidade de indivíduos de raça negra que são os mais bem sucedidos em várias modalidades desportivas diferentes. No entanto é fundamental compreendermos que, mesmo nesses casos, o posterior trabalho e dedicação que o indivíduo vai exercer no seu ambiente social e a própria influência que a sociedade vai ter sobre ele vão pautar o seu sucesso ou fracasso. E era precisamente a este ponto que eu queria chegar, porque como à pouco dei a entender, e este é o elemento chave que importa reter, o ser humano não nasce com características definidas mas sim com potencialidades que só socialmente poderão ser desenvolvidas. De que serve um queniano com uma excelente genética se não existem condições sociais que o permitam alcançar o sucesso? Se a própria dedicação e motivação com que se treina são também elas qualidades socialmente construídas? Mesmo a própria questão do inato é discutível porque em certos aspectos é muito complicado afirmarmos com toda a certeza aquilo que é inato ou socialmente adquirido. Podemos, por exemplo, olhar para uma criança de 10 anos que revela uma capacidade prodigiosa para escrever música ou para tocar algum instrumento musical e a primeira conclusão que nos vém à cabeça é que ela nasceu com um dom, com um talento nato, que de alguma forma na sua estrutura genética estava algo que a tornava verdadeiramente especial e única. Mas será mesmo assim? E se na verdade essa criança afinal não tinha nenhuma disposição genética extraordinária, se nasceu até diria, com certas potencialidades que não favorecessem em nada essas capacidades, mas tivesse sido criada desde uma idade prematura num meio rodeada de música, em que o seu cérebro interagia e se desenvolvia nesse ambiente e que portanto aos poucos foi adquirindo essas aptidões excepcionais? Nesse caso certamente já não poderíamos falar de um dom natural, de algo inato mas sim de um talento que foi socialmente construído.
É por isso que apesar de nós herdarmos potencialidades, elas não vão passar disso mesmo, sem a influência que os outros têm sobre nós. O homem é um animal social e retirar-lhe essa característica é retirar-lhe a sua humanidade.
E acho que, de forma curiosa, esta ideia pode facilmente ser extrapolada e comparada com a mentalidade de algumas sociedades nomeadamente a do povinho português e a sua insistente mania de colocar o “estrangeiro” num pedestal como se de alguma maneira possuísse qualidades inatas de divindade que os tornam em tudo superiores e nos condenam a nós, supostamente “seres inferiores”, à perpétua subalternação.
De facto, se pensarmos bem, o tal “inato” apresenta-se como um conveniente bode expiatório já que o utilizamos, embora que talvez de forma subconsciente, como justificação fácil para a dita superioridade dos outros (completo absurdo transmitido pelo nosso insidioso senso comum!) e para a nossa inoperância ou falta de iniciativa, quando na verdade o nosso verdadeiro problema é aquilo que se chama, utilizando uma expressão popular, de mangona! Talvez seja necessário começarmos a ver o copo meio cheio e não meio vazio pode ser um bom começo…

Silvio Berlusconi agredido


Berlusconi conhecido lider Italiano, foi agredido no passado dia 12 de Dezembro, enquanto participava num comicio.

Rotulado pela sua fama de mulherengo este foi vaiado durante a sua aparição pública na praça de Duomo, ironia dos factos, o agressor atingiu-o no rosto com a réplica dessa mesma praça em miniatura, causando várias lacerações.

Será que esse manifesto de descontentamento, categorizado como um comportamento marginal, devido a sua fuga ao comportamento dos restantes menbros da comunidade, não terá sido uma afirmação cultural ?

Na minha opinião, tudo não passou de uma chamada de atenção para o actual lider Italiano, como é do conhecimento geral, Berlusconi enche manchetes de jornais de todo o mundo graças á sua premiscuidade, as suas conquistas tornaram-se alvo de maior foco que a própria moda Italiana. Este manifestante/agressor escolheu como arma a miniatura da praça e catedral de Duomo, é caso para pensar se este acto não terá saído em defesa do povo Italiano e da sua cultura, que se encontram neste momento representados pelas gaffes e conquistas do seu lider.

Visto bem este anónimo foi um heroi nacional, ao agredir o lider da sua pátrica, conseguiu desviar a atenção dos media, focada como referi anteriormente na lista de conquistas do seu chefe de governo, para a cultura Italiana, já que depois do incidente, todo o mundo ficou a conhecer a praça de Duomo e a sua catedral.

Em suma penso que este homem deveria receber uma gratificação em vez da pena que corre o risco de sofrer, pois salvou Berlusconi da humilhação e ergueu de novo a fantástica cultura Italiana.
Luís Vasconcelos
Sociologia 1ºano

Prometeus - A Revolução dos Mídia



Comentário ao vídeo “Prometeus”

"O vídeo “Prometeus”,(...) oferece uma panorâmica sobre a
evolução dos mídia ao longo dos anos, projectando hipotéticos acontecimentos para o futuro da comunicação.

O autor do vídeo começa por dizer que o surgimento da Internet no final do último século antecipou o declínio da “mídia antiga”, levando a uma
necessidade de protecção de copyright, com mais restrições e mais leis que defendessem os direitos de autor.
Devido às transformações que rapidamente se processaram, a rádio, a televisão e a imprensa escrita fundem-se, convergindo na web, levando, por exemplo, ao aparecimento do jornalismo online. Grandes empresas como a Google apostam em estações noticiosas e o público adere em massa.
A imponência da Era Digital reflecte-se na remediação imediata dos modelos tradicionais: Os canais de notícias ficam disponíveis na Internet, os jornais são distribuídos gratuitamente e muitas outras empresas deparam-se com dificuldades para conseguirem sobreviver e manterem a sua mão de obra.

Com isto, a informação passa a ser consultada via Internet (colaboração), propiciando uma utilização em massa deste serviço. O utilizador consulta apenas os conteúdos do seu interesse, ignorando aqueles que considera acessórios. A isso se chama individualização. Aliás, o próprio conceito de “página web” poderá ser questionado (...) existência de “páginas web” que não obdecem à estrutura tradicional que está estabelecida, apresentando-se de forma inovadora e transmitindo uma ideia de flexibilidade e maleabilidade que outrora seria difícil de imaginar, gerando, no consumidor, uma sensação de que afinal a informação ou a página não tem que ser estanques nem obedecer a princípios impostos relativamente à disposição do conteúdo.
Na rede existe também a possibilidade de assumir diferentes identidades. Surge, então, o conceito de second life.
Para 2011, adivinha-se a generalização dos anúncios publicitários na Internet e reforça-se a ideia de que a informação não tem que ser estática, podendo modificar-se com o decorrer dos acontecimentos em tempo real.
Em 2015, sugere-se o fim da imprensa feita em papel e da transmissão de conteúdos pela televisão. Consolida-se a posição do digital no mundo e da sua importância como agregador de todos os mídia, condensando a informação num só espaço.
Com a banalização da informação, o autor do vídeo prevê, para 2020, a ilegalização dos direitos de autor.
Surge a necessidade de armazenar uma grande quantidade de
conhecimento. O cérebro humano não conseguirá suportar tamanho afluxo de informação. Vannevar Bush, em 1945, já previa o surgimento destas situações no seu artigo “As We May Think”, revelando-se acima do seu tempo em termos de ideais para o futuro. Segundo ele, a civilização humana começaria a tornar-se tão complexa, que necessitaria de mecanizar todos os seus conhecimentos, através de uma máquina que conseguisse aglutinar o máximo de informação possível – o denominado Memex. Surge então o conceito de hipertexto.

Para 2022, já se adianta a possibilidade de “copiar” a realidade: As pessoas poderão estar nos mais variados sítios do mundo. A vida torna-se assim virtualizada.
Seguindo a mesma linha cronológica, em 2027 a Second Life evoluirá para Spirit, podendo as pessoas partilharem todas as suas experiências, sentimentos e vontades com os outros.
Em 2050, a vida virtual tornar-se-á o maior mercado do mundo.
O vídeo expõe alguns aspectos positivos, tais como novas formas de comunicação e de convívio, realça a inovação e a tecnologia mas, ao mesmo tempo, sugere uma monopolização de determinadas companhias e o questionamento da identidade humana, dado que se poderão assumir várias identidades, posições e papéis na rede, que destroem radicalmente o que estava imposto. Não se poderá dizer que a web será o único canal de partilha, convívio e comunicação, mas, certamente, terá uma importância crescente em todo esse processo."

Joaquim Ferreira

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

99% já usavam Internet antes dos Magalhães

Noventa e nove por cento das crianças ja usava internet mesmo antes de começar a entrega dos computadores Magalhães, revela um estudo. O trabalho de investigação "Crianças e Internet:usos e representações, a família e a escola", que começou no ano passado, ainda não está concluído, mas já é possível conhecer alguns resultados do inquérito feito junto de três mil alunos entre os 10 e os 15 anos de 150 turmas do ensino público e privado. Em declarações aos jornalistas, a coordenadora do projecto do Instituto de Ciências Sociais, Ana Nunes de Almeida, lembrou que quando a recolha de informação foi feita( entre Abril e Junho do ano passado) ainda não tinha começado a entregados computadores Magalhães, que arrancou no início de ano lectivo de 2008. No entanto, "99 por cento das crianças já usava a Internet com alguma regularidade" e nove em cada dez crianças tinha um computador em casa. Um pouco mais baixa é a percentagem de alunos que tinha acesso à Internet em casa: 78,7 por cento. "O que nos espantou foi que um quarto das crianças afirmou que nunca tinha usado a Net na escola", lembrou a socióloga, na Fundação Calouste Gulbenkian, entidade que financia este projecto. Para a investigadora, o facto de 22,3 por cento dos alunos nunca ter usado Internet na escola é sinónimo de que " as TIC(Tecnologias de Informação e Comunicação) ainda não vieram transformar a maneira de aprender na sala de aula". O trabalho agora apresentado sobre usos da Internet quis estudar os dois cenários em que as crianças se movimentam - a escola e a casa - e concluiu que actualmente "a esmagadora maioria das famílias da amostra são famílias tecnológicas", uma vez que os lares estão equipados com leitores de DVD e de MP3, consolas de jogos, telemóveis e computadores. A posse de computadores e acesso à Internet em casa aumenta consoante a escolaridade dos pais também aumenta. Nas casas onde os pais tinham apenas a escolaridade elementar 80 por cento tinha computador, mas só 51,4 por cento tinha acesso à Internet, já nos lares de pais com ensino superior 94,8 tinham Internet e 97, 5 computador. Ana Nunes de Almeida é a comissária da Conferência Internacional que se realiza na próxima semana na Fundação Caloustre Gulbenkian sobre "Infância, Crianças e Internet: Desafios na Era Digital". O encontro conta com especialistas mundiais netas áreas.

Projecto Coragem

No meu artigo “Projecto Coragem” está evidenciado um das vantagens das TIC’s; é um estudo psico-social levado a cabo por vários investigadores na construção de uma identidade em ambientes virtuais, em adolescentes hospitalizados.
Os objectivos deste projecto são:
- Propiciar novos espaços de aprendizagem e interacção de forma a atingir uma inclusão mais bem sucedida;

- e também, com a aplicação das novas tecnologias de informação e comunicação foi possível atingir uma convergência tecnológico-cultural que se traduziu numa bem sucedida inclusão social, com reflexos na formação individual dos jovens, propiciando-lhes maior conforto, quiçá despertando-lhes maior amor próprio e provavelmente seres mais bem sucedidos, capazes de encarar a doença de uma forma mais ligeira.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Internet paradox

The Internet could change the lives of average citizens as much as did the telephone in the early part of the 20th century and the television in the 1950s and the 1960s.
But what will be his influence in modern societies? Some critics argue that the Internet isolate their precursors but others point out however that the Internet have the primary responsability for increasing their network members. Re-searchers and social critics are debating whether the Internet is improving or harming participation in com-munity life and social relationships.

Mãos à obra! Limpar Portugal




Similarmente ao projecto impulsionado na Estónia no ano transacto de 2008 - com grande sucesso - Portugal, reúne a 20 de março de 2010 o maior número de voluntário possíveis para limpar Portugal. Limpando grandes àreas dos conhecidos "espaços verdes" e não só, que devido, ou uma educação discutivel ou uma grande falta de cidadina, se tornaram em lixeiras no sentido mais lato da palavra.
O sucesso exemplar da Estónia traz-nos o facto de em apenas 5 horas todo o território "manchado" com o lixo de uns e outros ditos (in)civilizados foi literalmente varrido. Em Portugal pretende-se o mesmo, a iniciativa passa por identificar o locais onde se concentram grande camadas de resíduos pelos concelhos e distritos do país, e dinamizando os individuos nesta comunidade virtual, mobilizá-los a pôr "mãos à obra".

Esta iniciativa demonstra as potencialidades da Internet, nomeadamente forúns, que para além de reunir um camada consideravél de pessoas que se vão associando, permite a troca e discussão de ideias, bem como a socialização de quem detém, neste caso, o mesmo objectivo.

Icentivo todos os leitores a registarem-se e verificando se a iniciativa já complementa os respectivos concelhos; adiram e num lampejo de - muito mais que patriotismo - cidadania, participem!


Fica aqui o link do projecto:

www.limparportugal.org

Nesse sitio receberão todas as instruções para ingressarem neste objectivo.

Muito mais que Limpar, no sentido literal, há que limpar, sim, as mentalidades e costumes.

A emergência das Comunidades virtuais

"A Internet está revolucionando a comunicação humana. Com ela abrem-se novas formas de intercâmbio de informações, de forma interactiva, assíncrona e síncrona, com significante intimidade mesmo que sem proximidade física. Sendo assim, além do correio electrónico, a Internet abre canais de diálogo que permitem a conversa simultânea de pessoas. Os serviços de BBS (conferências electrónicas) e chat, verdadeiros pontos on-line, que têm contribuindo para a formação de comunidades virtuais.” 

Até que ponto, é que as comunidades virtuais influenciam as comunidades reais?

 Será que estas novas comunidades podem aniquilar as interacçõees reais?

De que modo, é que estas novas comunidades que emergem no ciberespaço, alteram a identidade dos indivíduos?


domingo, 13 de dezembro de 2009

«Há trinta anos atrás, usar um computador, tal como pilotar um veículo lunar, era coisa de uns eleitos, instruídos nas artes mágicas necessárias à condução dessas máquinas...». Foi assim
que Negroponte descreveu os primórdios da utilização da tecnologia informática, à qual apenas tinham acesso alguns destes “eleitos”.
No final do milénio, as “máquinas” multiplicaram-se e ligaram-se em rede, num crescimento incontrolável. Os tais “eleitos” passámos a ser todos nós, seres humanos que partilhamos a experiência comunicacional da nova Era, a Era Digital, a qual, se define como «a realidade
mimeticamente recriada por dígitos». O desafio que os investigadores sociais têm agora de enfrentar consiste em saber quais as alterações que os novos media vão provocar na forma como os indivíduos interagem no quotidiano, já que, segundo Fdida (1997: 101), «l’apparition d’une nouvelle technologie est souvent le moteur d’une transformation de notre société»
No final deste milénio, o indivíduo depara-se com um universo comunicacional onde confluem inúmeras redes, situação que não sendo estranha ao ser humano (a sociabilidade humana manifestou-se, desde sempre, no interior de uma estrutura reticular), implica uma alteração
profunda dos processos de transmissão da informação, transformando, consequentemente, a forma como os sujeitos interagem entre si.
O ciberespaço, espaço onde se vão desenvolver as comunidades virtuais, geradoras de novas formas de sociabilidade, é constituído por um complexo sistema de redes interactivas em que o indivíduo “mergulha”, e que se caracteriza como um novo campo de mediação que subverte as noções de espaço e de tempo tradicionais. Os indivíduos percorrem o ciberespaço a uma velocidade vertiginosa, com o objectivo de acederem a informação muito diversa que circula na rede global. Os utilizadores da Internet não se limitam apenas a serem processadores solitários de informação, já que utilizam cada vez mais os novos dispositivos comunicacionais com o objectivo de interagirem socialmente com outros indivíduos que com eles partilham esta complexa rede. Como refere Lévy, «a rede é, primeiro que tudo, um instrumento de comunicação entre indivíduos, um lugar virtual onde há comunidades que ajudam os seus membros a descobrirem aquilo que eles querem saber. Os dados não representam senão a matéria prima deum processo intelectual e social vivo e altamente elaborado.

sábado, 12 de dezembro de 2009

“Prosumers”: velhos interesses, novas influências

O advento da Web 2.0 veio alterar regras que regem os mais diversos sistemas de relações da sociedade. A internet, com o seu ilimitado poder de interacção, abriu um leque de possibilidades que, gradual ou abruptamente, entram no sistema relacional e redesenham fórmulas até agora aplicadas. As comunidades, por exemplo, deixaram de ser um nicho fisicamente identificável para, com o aparecimento do “mundo virtual”, se tornarem em algo ainda íntimo mas de dimensão geográfica quase infinita.
Tal cenário tornou inevitável o aparecimento de conceitos originais, pela necessidade de caracterizar novos procedimentos ligados aos utilizadores das tecnologias de informação. Este é um facto que o mercado – também “adulterado” pelo processo de globalização – tem sabido interpretar e utilizar em proveito próprio, identificando a emergência de personalidades que lhe podem ser úteis. Os “prosumers” estão nessa lista. O conceito é expresso pela conjugação de dois vocábulos ingleses (producers+consumers) e caracteriza um consumidor/frequentador de comunidades virtuais muito específico, que Xie, Bagozzi e Troye (2008) definiram como sendo “pessoa bem informada, em constante procura de conhecimentos e desenvolvimentos de competências em todos os aspectos de interesse do seu dia-a-dia”.
A conjugação destas características forma um binómio apetecível para as empresas: por um lado, os “prosumers” podem ser “ferramentas” preciosas na projecção de novos produtos, porque, sabendo exactamente o que pretendem, interagem facilmente com as empresas, ajudando nas opções quanto às características dos produtos a colocar no mercado (assumem, por isso, o papel de produtores, ao tomarem parte activa na escolhas que irão entrar em processo de fabrico); por outro, os “prosumers”, pela elevada autoconfiança e estima, são, dentro das comunidades que frequentam, líderes de opinião, ou seja, impõem ideias e são imitados nos gostos.
Esta é uma situação que, por princípio, beneficia as duas partes envolvidas no processo: os “prosumers”, porque, enquanto consumidores, têm à disposição produtos que correspondem às suas preferências; as empresas, porque têm acesso prévio aos gostos não só de um consumidor específico como de todos aqueles que, frequentando a mesma comunidade, são influenciados pelo “prosumer” enquanto líder de opinião, podendo racionalizar as suas opções de produção de forma a correr menos riscos.
Este é um dos factos que explicam a atenção dos responsáveis das empresas pela realidade em mutação. Mais do que a emergência das novas tecnologias, interessa-lhes perceber e explorar as enormes alterações que estas provocaram nos consumidores e como utilizá-las em favor do seu objectivo de sempre: maximização do lucro…
Utilização dos blogues por docentes de educação

A escola é mais do que um lugar de escolarização no sentido restrito devendo organizar-se e assumir-se como um espaço de educação, de preparação para a cidadania consciente, de combate às desigualdades sociais. Nesse sentido, cada vez são mais, e mais exigentes, as responsabilidades que, formal e informalmente a escola e os professores são chamadas a assumir. Dentro deste espírito, a escola tem sido chamada a intervir no combate à infoexclusão, nomeadamente integrando nas suas práticas o recurso às tecnologias de informação e comunicação, fazendo destas instrumentos úteis ao serviço do ensino e da aprendizagem e simultaneamente preparando os seus alunos para actuarem e intervirem num mundo onde as tecnologias de informação e comunicação estão cada vez mais presentes. Neste contexto, e apesar das limitações existentes, é possível identificar nas escolas de diferentes níveis de escolaridade, práticas pedagógicas, mais ou menos institucionais, frequentemente da iniciativa de um número relativamente reduzido de professores, que procuram explorar do ponto de vista do seu potencial educativo, os diferentes serviços e ferramentas disponíveis na Internet. De entre os serviços disponíveis na Web que nos últimos anos têm sido “adoptados” pelos professores como recurso e como estratégia pedagógica ao serviço do ensino e a da aprendizagem, incluem-se os blogues. O crescimento da “blogosfera educacional” e de práticas pedagógicas associadas à exploração pedagógica dos blogues torna relevante o desenvolvimento de estudos que nos permitam identificar e caracterizar as práticas existentes e definir linhas de desenvolvimento futuro.

Patrícia Marques

Cyberbullying

Cyberbullying "é o tipo de agressão aplicada discursivamente via meios de comunicação virtual", como o Orkut, Facebook, MySpace entre outros meios de comunicação que permitam a comunicação entre usuários.

O cyberbullying acontece por via da linguagem que se torna uma arma agressiva. É como um comportamento físico perante outra pessoa.
 
...os comportamentos humanos não se explicam, cada um de nós apresenta um determinado papel distinto na sociedade que compromete um comportamento diferente. Encontramo-nos sujeitos a teorias cognitivas – mecanismos interiores ao sujeito que condicionam a nossa resposta – e a estados de dissonância cognitiva – mudança no comportamento. Mudança de comportamento que provém das expectativas que criamos individualmente ou através de influências sociais. E como é de prever cada pessoa apresenta mecanismos interiores únicos que conferem respostas únicas e consequentemente diferentes umas das outras. Muitas vezes são essas respostas diferentes que fazem com que as pessoas não acordem em determinado assunto e uma das respostas a esse “não acordo” pode ser, por vezes, atitudes como o cyberbullying.

 - Cyberbullying é agressão e crime, de tal modo que merece punição por parte de quem o comete.

"
A prevenção começa pelo conhecimento; portanto, é imprescindível conscientizar os alunos sobre todos os tipos de crimes que o bullying envolve e para o fato de que o anonimato e a menoridade não os isentarão das punições previstas em lei."

  • http://www.dm.com.br/materias/show/t/os_danos_do_ciberbullying



Howard Rheingold - A Comunidade Virtual



Publicado por editora Gradiva Publicações

Colecção Ciência Aberta

ISBN: 9789726624448







Depois dos inovadores efeitos especiais dos filmes de Hollywood, da televisão por cabo, da indústria dos computadores e da explosão dos telemóveis, as novas tecnologias criaram uma rede de comunicações por computador que tem vindo a fascinar o mundo.

"Interactivo" é uma das palavras-chave dos tempos que correm, juntamente com "convergência", "ciberespaço" e "futuro digital".

Em A Comunidade Virtual, Howard Rheingold regressa aos primórdios da comunicação mediada por computador, explicando-nos como era o terreno antes de as grandes companhias terem descoberto as suas potencialidades.

Depois, sendo ele próprio um participante activo deste tipo de comunicações, leva-nos numa viagem por computador ao Japão, à Inglaterra, à França e aos EUA, mostrando-nos como é, de facto, possível o estabelecimento de uma interacção humana profunda.

Contudo, o entusiasmo do autor por um futuro que aproximará os homens numa comunidade virtual é temperado por preocupações e avisos sobre os perigos que podem advir da má utilização das tecnologias disponíveis.


Ana Inês Queiroz


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Um novo Magalhães (computador) na história de Portugal

Independentemente da polémica política, económica, ou social, que sempre atrai este tipo de iniciativas (uns porque a ideia não foi deles, outros por serem contra ideias e ainda outros por todas as ideias…) temos que considerar que a introdução, no sistema de ensino, do computador Magalhães é, possivelmente, uma das melhores formas de orientar, desde tenra idade, as nossas crianças para a via do conhecimento no futuro. Desta forma damos a possibilidade a todos os alunos de se equipararem, neste âmbito, indiferentemente do estrato social, no acesso à informação. Dotamo-los da ferramenta que os poderá conduzir a patamares que seriam, com toda a certeza, inacessíveis à grande maioria.

Não é propósito analisar a forma como o assunto foi resolvido, nem a prática utilizada, mas sim focar somente as consequências que esta medida poderá representar no futuro, a médio e a longo prazo, porque, a curto prazo, não teremos qualquer indicativo, atendendo ao ponto de partida do nosso desenvolvimento nesta matéria.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Internet: linguagem interactiva e persuasiva

Grande parte dos avanços tecnológicos está no processo evolutivo da comunicação, conduzindo-se para uma maior democratização do saber e da informação.
A comunicação virtual introduz um conceito de descentralização da informação e do poder de comunicar. Todo computador, conectado à Internet, possui a capacidade de transmitir palavras, imagens e sons. Não se limita apenas aos donos de jornais e emissoras; qualquer pessoa pode construir um site na Internet, sobre qualquer assunto e
propagá-lo de maneira simples; daí o professor alertar que, na contemporaneidade, os produtores são os próprios utilizadores, ao contrário do que se verificava, em que tínhamos produtores e utilizadores.
Portanto, podemos considerar a existência de 3modelos. O primeiro modelo, o tipo ‘Um e Todos’, é representado pelos modernos meios de comunicação de massa, tendo um centro emissor e uma multiplicidade de receptores, no qual a mensagem é divulgada em um único sentido, sem interactividade entre as partes. O segundo dispositivo é o tipo ‘Um e Um’ que, embora proporcione uma interacção perfeita entre as partes, não possui a emergência do colectivo na transmissão da informação, como no caso do telefone. O espaço cibernético introduz o terceiro dispositivo, o ‘Todos e Todos’, no qual não há distinção entre emissores e receptores, pois todas as partes em contacto podem ocupar, concomitantemente, as duas posições, estabelecendo um novo tipo de interacção. Pode-se dizer que a Internet é um meio de comunicação que se enquadra no dispositivo “Todos e Todos”. Ela proporciona a interacção entre locutor e interlocutor, uma vez que, na rede, qualquer elemento adquire a possibilidade de interacção, havendo interconexões entre pessoas dos mais diferentes lugares do planeta, facilitando, portanto, o contacto entre elas, assim como a busca por opiniões e ideias convergentes.

CULTURA DA (DESA)PROXIMIDADE

O vocábulo proxémica (proxemics, na língua inglesa) foi criado pelo antropólogo Edward T. Hall, no ano de 1963, com o objectivo de descrever o espaço pessoal dos indivíduos num meio social. Este espaço pessoal foi definido com “o conjunto das observações e teorias referentes ao uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico”. Esta abordagem pretende descrever as distâncias entre as pessoas, consoante as suas interacções. As distâncias e as posturas estabelecidas não são intencionais mas são resultado do processo da aculturação.
Edward Hall relacionou a distância social entre os indivíduos e a distância física. Neste sentido identificou quatro tipologias de distâncias, a saber, a distância intima que envolve contacto físico entre os corpos e que na maior parte das culturas não é permitida em público; a distância pessoal que consiste na interacção com os amigos; a distância social que se refere ao intercâmbio comunicativo entre conhecidos e que por isso não se tocam e, finalmente, a distância pública que se utiliza para falar em público, por exemplo, numa palestra.
Segundo ao autor, as diferentes culturas mantêm padrões de espaço pessoal diferentes, estas distâncias pessoais também podem variar em função da situação social, do género e de preferência individuais.
A comunicação proxémica estuda o jogo das distâncias e proximidades que se estabelecem entre as pessoas e o espaço. Revelam-se de particular importância, nesta perspectiva, a distância espacial entre os comunicantes, a orientação do corpo e do rosto, a forma como se tocam ou se evitam e como posicionam os objectos permitindo assim captar-se mensagens latentes.

domingo, 6 de dezembro de 2009

que futuro?

Com a cimeira de Copenhaga à porta nos perguntamos: será que é desta que os nossos governos se vão dispor a mudar as leis do mercado?
Bem, primeiro tenho de defender os políticos que são injustamente culpabilizados pelas decisões que tomam quando são meros representantes da vontade maior de uma população, ou acham que se arriscavam a defender uma causa que fosse contra a maioria de um país? Claro que todos querem um ambiente melhor, é apenas uma questão de bom senso, agora ter de sacrificar alguma coisa por um ambiente melhor é que é uma questão e valores e respeito pelo bem comum, o que apesar de implicar bom senso não está nas prioridades de todos e portanto quando o assunto toca a pagar mais 1/4 por um maço de papel, ou mais 1/5 por uma camisola que reutiliza desperdícios, ou pagar mais 1/3 por um alimento de agricultura biológica (isto é apenas uma amostra) as pessoas torcem o nariz, mas então eu pergunto, mas afinal não defendem o clima? são capazes de sacrificar uma fracção dos bens de consumo que pretendem por uma causa maior?
A resposta está nas decisões políticas tomadas quanto a isso, ou seja muito pouco, tanto quando a maioria das pessoas está disposta a sacrificar por um tom menos vivo de verde nos jardins, ou umas chuvas mais frequentes, ou um período de verão algo mais extenso; será que é apenas isso que se conseguem vislumbrar atrás do chavão AQUECIMENTO GLOBAL? culpemo-nos a nós próprios, e mudemos de acções, mudemos de escolhas e mudemos o mundo, afinal tudo isto nos prova, agir local é pensar global.

Pedro Varela

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Interface – Comunicação, Saúde, Educação – Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência colectiva

Nos tempos que correm assiste-se, cada vez mais acentuadamente, a uma transformação do conceito de "comunidade" em "redes sociais". Esta mudança deve-se em grande parte à explosão das comunidades virtuais no ciberespaço, facto que acabou por gerar uma série de estudos não apenas sobre essa nova maneira de se fazer sociedade, mas igualmente sobre a estrutura dinâmica das redes de comunicação. No centro dessa transformação, conceitos como capital social, confiança e simpatia parcial são invocados para que possamos pensar as novas formas de associação que regulam a actividade humana na nossa época.

O texto defende a ideia de que, hoje, comunidade e liberdade são conceitos em conflito, ou seja, há um preço a pagar pelo privilégio de 'viver em comunidade'. O preço é pago em forma de liberdade, também chamada 'autonomia', 'direito à auto-afirmação' e à 'identidade'. Qualquer que seja a escolha ganha-se alguma coisa e perde-se outra.

Em suma, o texto foca essencialmente o aspecto das relações sociais tradicionais comparando-as com a constante transformação da sociedade, ou seja, da maneira como as comunidades virtuais estão a afectar o quotidiano e mesmo a identidade do indivíduo – “As comunidades virtuais estariam funcionando, portanto, como verdadeiros filtros humanos inteligentes.”-.

João Bordonhos

Tânia saraiva