Durante a importante fase de afirmação de uma identidade própria, é comum o adolescente ter os chamados “ídolos”. Nesta fase o adolescente apresenta uma certa instabilidade e vulnerabilidade, estando em mutação física e psicológica, o que explica as funções sociais e psíquicas dos ídolos sobre os jovens, na medida em que, eles “se mostram morbidamente, por vezes curiosamente, quase sempre, preocupados com o que possam parecer aos olhos dos outros, em comparação com o que eles próprios julgam ser, e com a questão de como associar os papéis e aptidões cultivados anteriormente aos protótipos ideais do dia” (Erikson, 1976, p. 129). Podemos assim, dizer que o impacto da puberdade no adolescente será influenciado pela transmissão ténue destes padrões através da família, colegas e da sociedade. Partindo deste pressuposto, o adolescente não é criança, mas também não é adulto, e desse contraste resulta uma tomada de consciência de si mesmo e dos outros, o que resulta na já anteriormente referida tentativa de recusa de uma identidade anterior e infantil, rejeitando assim os modelos da infância – pais – e partindo à procura de novos modelos. O adolescente passa a personificar nos seus ídolos as figuras dos adultos ideais, papel que os pais nesta altura não conseguem desempenhar. São as características comportamentais, físicas e ideológicas destes adultos ideais, que o adolescente vai tentar integrar nesta sua nova identidade.
3 comentários:
concordamos em tudo o que disse uma vez que não só se revem os idolos nessa fasre da vida como se verifica uma grande influencia dos grupos de pertença, para os jovens não serem excluidos desses mesmo grupos. por vezes, os adolescentes t^^em comportamentos que até vão contra a sua conduta contudo, por influencia acabam por ceder á pressão. exemplo claro disto é a situação de " dar a primeira passa", o que posteriormente se transforma no vício de fumar.
nesta fase de definição de personalidade verificamos que não só os idolos são muito importantes mas também a influencia social a que estão sujeitos
tudo muito lindo! mais kd a referência do livro de Erikson no fim? me seria muito util :(
Gostei da sua abordagem ao tema. Permita-me que sublinhe o mesmo acrescentando o seguinte: Erikson (1968) aponta, ainda, a capacidade do sujeito ultrapassar as várias crises da adolescência, como mais-valia do reforço da identidade, ao integrar as “identificações infantis precoces” em outras componentes psicopessoais e sociais, na procura de diferenciação e distância dos pais, contestando a estrutura e a organização familiares; desta forma consegue reconfigurar os objectos internos e externos, vivenciando novos papéis e competências, aprendendo a decidir e a saber agir, num crescendo de maturidade pessoal, mental e afectiva – recorde-se que é nesta altura que a afectividade começa a ser matizada pela sexualidade. Não comprometam os pais este processo, precarizando a qualidade dos vínculos essenciais pré-existentes, até porque, segundo Bowlby (1969), a alternância entre aproximação e afastamento à família, nesta fase da vida, não significa uma quebra definitiva (Fleming, 2004, pp. 50, 53 e 55).
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