blogue da disciplina de Psicologia Social da FLUP

domingo, 6 de dezembro de 2009

que futuro?

Com a cimeira de Copenhaga à porta nos perguntamos: será que é desta que os nossos governos se vão dispor a mudar as leis do mercado?
Bem, primeiro tenho de defender os políticos que são injustamente culpabilizados pelas decisões que tomam quando são meros representantes da vontade maior de uma população, ou acham que se arriscavam a defender uma causa que fosse contra a maioria de um país? Claro que todos querem um ambiente melhor, é apenas uma questão de bom senso, agora ter de sacrificar alguma coisa por um ambiente melhor é que é uma questão e valores e respeito pelo bem comum, o que apesar de implicar bom senso não está nas prioridades de todos e portanto quando o assunto toca a pagar mais 1/4 por um maço de papel, ou mais 1/5 por uma camisola que reutiliza desperdícios, ou pagar mais 1/3 por um alimento de agricultura biológica (isto é apenas uma amostra) as pessoas torcem o nariz, mas então eu pergunto, mas afinal não defendem o clima? são capazes de sacrificar uma fracção dos bens de consumo que pretendem por uma causa maior?
A resposta está nas decisões políticas tomadas quanto a isso, ou seja muito pouco, tanto quando a maioria das pessoas está disposta a sacrificar por um tom menos vivo de verde nos jardins, ou umas chuvas mais frequentes, ou um período de verão algo mais extenso; será que é apenas isso que se conseguem vislumbrar atrás do chavão AQUECIMENTO GLOBAL? culpemo-nos a nós próprios, e mudemos de acções, mudemos de escolhas e mudemos o mundo, afinal tudo isto nos prova, agir local é pensar global.

Pedro Varela

1 comentário:

Filipe Serra disse...

De facto quando abordamos uma questão particularmente delicada como é o caso das alterações climáticas, um problema global que exige nessecariamente uma resposta global,parece-nos verdadeiramente complexo conseguirmos chegar a algum tipo de consenso geral sobre, sequer, algum planeamento estratégico em relação às medidas mais adequadas. Principalmente se tivermos em conta que vivemos num mundo naturalmente heterogéneo onde as demarcadas diferenças entre sociedades, quer sejam elas ideológicas, políticas, culturais ou sociais, vão repercutir-se claramente na ideia ou noção que cada sociedade constrói do tal "aquecimento global" e da relevância que a ele atribuem. Trata-se de uma questão de prioridades. O problema é que um 1/3 mais caro aqui, um 1/4 mais caro ali acaba por esvaziar os bolsos muito depressa. E se tiver que escolher entre um produto transgénico ao preço X e um produto biológico ao preço 2X não pensem que irei travar mentalmente algum tipo de dilema moral porque a escolha para mim vai ser muito rápida. Infelizmente para nós os nossos princípios ainda não põem comida na mesa.