blogue da disciplina de Psicologia Social da FLUP

sábado, 19 de dezembro de 2009

Será o jornalismo "online" a imprensa do futuro?

Nos dias de hoje, a internet já faz parte das nossas vidas e tal como nos habituamos a "viver" com ela, o jornalismo também aprendeu a "conviver" com ela, tendo evoluído nesse sentido.

A imprensa escrita atravessa actualmente uma grave crise, prova disso são os dados da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT) que revelam que "“Entre 1995 e 2004, a circulação de jornais caiu, em média, 13% na Europa". Em Portugal os dados relativos a 2006 mostram que "os cinco principais jornais venderam menos de 26 mil exemplares por dia, no último ano." nem os semanários escapam, pois o Expresso perdeu algo a rondar os 4 mil leitores.

De 2006 até hoje esta tendência agrava-se cada vez mais e coloca-se a questão: Será que os jornais generalistas de referência terão os dias contados? Várias opiniões foram dadas em relação à temática, tendo como ideia principal que as pessoas não deixaram de ler jornais. Quem o fazia, continua a fazê-lo. O problema prende-se com os jovens, que não tem por hábito comprar ou ler jornais.

A existência de jornais gratuitos que são distribuídos de forma muito eficaz também contribui para o declínio dos jornais generalistas pagos. A televisão e a rádio também têm a sua "quota parte de culpa" neste problema. De destacar ainda os hábitos de leitura, que se têm vindo a perder nos jovens e aliados às mudanças demográficas, ou seja o envelhecimento populacional provocam a queda da imprensa escrita.

Destaque ainda para os próprios jornais, que apostam cada vez mais nas potencialidades da internet. Neste momento, existe tanta concorrência "online" como escrita e a mais rápida actualização da informação pesa na opção pelos jornais "online". Em conjunto com os sites dos próprios jornais, existem ainda diversos sites de notícias que competem em termos de rapidez e diversidade de informação; contando ainda com o fantástico contributo dos blogues que traduzem uma democratização do espaço público.

Como tal, a imprensa escrita necessita de soluções para contrariar ou atrasar esta tendência. A ideia de distribuir brindes aos consumidores já se encontra esgotada pelo que a solução possa passar pela distribuição gratuita deste tipo de imprensa em locais estratégicos como universidades. O objectivo é chegar aos jovens, mostrando que também este tipo de imprensa pode ser credível e de fácil acesso. Por último, continuar a cativar as populações mais envelhecidas que, por hábito ou tradição, dificilmente deixarão de comprar os seus jornais em formato de papel.

Edgar Azevedo

Sem comentários: