blogue da disciplina de Psicologia Social da FLUP

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Quando as redes sociais batem os canais de notícias

Quando as redes sociais batem os canais de notícias

"Quem estivesse no Facebook ou no Twitter na madrugada de quinta-feira ficaria rapidamente mais bem informado sobre o sismo do que quem estivesse dependente da televisão.

'Eu Sobrevivi ao Sismo de 2009!' (mais de 6 mil fãs ontem à noite) e 'Pessoas que não Sentiram o Sismo de 2009' (mais de mil fãs, idem) são dois dos grupos de fãs que se formaram no Facebook, muito pouco tempo depois do sismo sentido em Portugal na madrugada de quinta-feira, registado e comentado em tempo real na Internet.

As redes sociais bateram as televisões e os títulos online em termos de rapidez de reacção e de quantidade de informação sobre o tremor de terra. E nem é bom falar nos sites institucionais portugueses, nos quais nem sequer se conseguia entrar para saber pormenores sobre o sucedido.

Alguns minutos depois do abalo, já havia no Facebook e no Twitter quem tivesse escrito notícias minimamente detalhadas sobre a ocorrência, e colocado links de instituições estrangeiras ligadas à sismologia e aos fenómenos geológicos, onde se podiam ler textos e ver gráficos.

A olisipógrafa Marina Tavares Dias, autora da série de livros Lisboa Desaparecida, postou no Facebook, num abrir e fechar de olhos, a capa da revista O Século Ilustrado sobre o tremor de terra de 28 de Fevereiro de 1969, recebida com muitos comentários de congratulações pela velocidade de resposta - e pelo arquivo inesgotável.

Entretanto, as televisões generalistas não tugiam nem mugiam, enquanto que os canais de notícias em contínuo avançavam algumas tímidas informações. A RTP N, por exemplo, mantinha no ar um debate sobre futebol.

A impressão deixada era que, depois da meia-noite, as estações não têm planos nem agilidade para lidar com emergências destas. ("É por estas e por outras que eu deixei de ver televisão", desabafava um. "Que belos canais de 'notícias' que temos", troçava outro).

No Facebook e no Twitter, as pessoas trocavam informações e experiências pessoais do abalo, recordavam o sismo de 1969, sossegavam-se umas às outras, gracejavam ("Foi o governo que caiu e fez este barulho todo", escrevia alguém) e postavam fotografias e links úteis, sobretudo quando as rádios e os títulos online começaram a dar notícias mais desenvolvidas sobre a valente sacudidela que Portugal sentiu.

Ontem, no Twitter, comentava um utilizador, sardonicamente: "'Foi o sismo mais intenso dos últimos 40 anos', dizem na SIC, RTP1, TVI. Mas eles só o sentiram muitas horas depois". "


link da notícia:
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1450628

Dalila Marcos



2 comentários:

Edgar Azevedo disse...

Sem dúvidas que as redes sociais são algo de incrível em termos de rapidez e liberdade de opinião. Eu acompanhei de perto esta notícia e o seu desenvolvimento nas redes sociais e tenho a dizer que quer pela troca de informações entre participantes ou pela actualização constante da notícia, as redes sociais forneceram a informação mais abrangente acerca do sucedido.

sneto disse...

Por falar em Facebook e sismo, verificou-se novamente a importância que as redes sociais tiveram tanto na transmissão de informação dos acontecimentos no Haiti, foi aí que a maior parte dos jornalistas e das pessoas em geral recolheram informação, especialmente porque não havia jornalistas estrangeiros no local e foi com a informação dos habitantes que primeiro se teve conhecimento da dimensão da catástrofe. Para além de que o Facebook salvou vidas... Do que se conclui que cada vez mais a internet e as redes sociais fazem parte da nossa vida e contribuem para a nossa Agenda-setting...

Sandra Neto